Nova Friburgo - Uruguai - na Lander !
Gente, estou mandando um relato da viagem ao Uruguai pra vocês. Aproveito pra agradecer os comentários e o apoio, pois não foi fácil fazer essa viagem, que só foi possível graças a uma economia de vários meses e o apoio logístico de vários amigos, a começar pelo Lavina e Ferro, da filial SC, da Milene, dos companheiros do Brazil Rider´s, Clube XT600 e Irmandade Estradeira, que me receberam em suas casas e evitaram que eu estourasse o orçamento e tivesse que voltar antes da hora, rs!!! Fico feliz em saber que contribuí para que os amigos do Sul continuem tendo uma boa imagem de nosso MC e que venham nos visitar em nossa festa de aniversário. Devo a inspíração às sensacionais viagens de Ronaldinho, Zé Armando, Payakan, Rafael, Júnior, Alemão, entre tantos, que me honram com suas companhias. Ao apoio da diretoria, como o Max, Tato, Marcão, Cidão, colegas das outras filiais entre tantos colegas bacanas do MC. Bom, chega de papo, está aí o relato, pra quem quiser ler. Se Deus quiser estarei aí em Guarulhos numa data próxima pra rever os amigos. Um grande abraço, Kike.
Saí de Nova Friburgo, sozinho em minha Yamaha Lander, no dia 11 de janeiro tendo como destino o Rio de Janeiro, onde mora minha fiha. No dia seguinte peguei a Dutra, e já em Sampa a velha tensão de andar na Marginal Tietê até pegar o Rodoanel e, finalmente, cair na Régis Bittencourt (BR116), que se encontra melhor asfaltada, mas com uma grande quantidade de pedágios, a R$ 0,75 cada. Na minha oitava viagem ao Sul estava preocupado com o trânsito de caminhões na Régis, que no lado paulista continua com engarrafamentos nos trechos de mão dupla, na Serra de Juquitiba.
A partir de Miracatu o trânsito melhora e sigo, sem maiores problemas. Perto de Curitiba desço a Serra do Mar pela sempre chuvosa BR376, que já em SC vira a BR101. Passo pela bela Joinville até o trevo de São Francisco do Sul (São Chico) e entro na BR280 onde, finalmente chego, debaixo de muita chuva, em Jaraguá do Sul, onde espera minha amiga Milene e os amigos dos MCs locais. Lá passo 3 dias (chuvosos) visitando o Museu Malwee de Antiguidades, revejo os amigos do Cano Quente MC, que agora tem uma bela sede. Em Guaramirim encontro o Rebelde e o pessoal do Aliens MC de Schroeder e visito a sede do Lobos Velozes MC, onde fui muito bem recebido.
No sábado sigo pra Joinville para encontrar os meus colegas da filial SC do Falcões Raça Liberta MC. Depois de uma recepção na loja de um amigo no centro encontro Lavina e Ferro e de noite seguimos para o 5 niver do Coração Estradeiro MC, em Araguaina, na Sociedade Daroka. Uma bela festa, com gente bonita, o tradicional arroz carreteiro, amigos do Brazil Rider´s do PR e SC e, no fim da tarde em diante, muita chuva. No dia seguinte sigo pra Floripa para a famosa Toca do Cícero, do grande estradeiro Cícero Paes, um dos idealizadores do Brazil Rider´s. Pego dois pedágios a R$ 0,55. Infelizmente não encontro o Gau, mas mato as saudades da ilha, com direito a uma passada na bela Guarda do Embaú, em Palhoça. Infelizmente não consegui encontrar os amigos do Clube XT600 devido ao mau tempo.
Volto, no dia seguinte, para Joinville pra encontrar Lavina e vamos à praia de Barra Velha, de onde temos uma bela vista de Piçarras e conheço motociclistas da região, que me oferecem uma peixada com cerveja. De noite voltamos pra Joinville e na quarta-feira feira pego a estrada para o RS. Infelizmente, se aproxima uma forte frente fria e resolvo mudar meu roteiro, subindo o Vale do Itajai. De Joinville um roteiro diferente: pego a Rodovia do Arroz (SC 108), que passa por Massaranduba e Pomerode, e no trevo pra Blumenau subo a BR 470, em direção à Serra Catarinense. De repente sinto a moto esquisita e paro em um posto. Meu bagageiro perdeu um dos parafusos de sustentação e acabou quebrando. Felizmente há uma oficina por perto com solda Mig. Como a moto é à injeção, tenho que desligar os polos da bateria. Resolvido o problema subo a estrada, que é mão dupla com grande trânsito de caminhões. Pra piorar cai um pé d´água que me deixa totalmente molhado e faz frio, muitos carros de placa argentina e paraguaia indo pro litoral.
Já é noite quando chego ao trevo com a BR116 e sigo sentido oeste para Lages. De lá há uns trechos de pedágio em que moto paga, R$ 1,45. O tempo esfria cada vez mais e continua a chover, mas chego a Vacaria. Cidade pequena, de fortes tradições gaúchas, gente vestindo pilcha, tomando chimarrão na rua, faz 18 graus... Amanhece e sigo pela BR 285 pra Passo Fundo, onde me espera os Masters Brazil Rider´s Felipe e Capitão Charles. Depois de deixar a bagagem na casa de Felipe, sigo com Charles, que trabalha na Universidade de Passo Fundo, uma das melhores da região Sul. Com moderno equipamento de mídia eletrônica, produz programas pro canal Futura, em rede nacional, e participa da grade da RBS, retransmissora da Rede Globo. Fiquei impressionado com as modernas ilhas de edição e a qualidade das instalações... Troco o óleo da moto e de noite sinto uma forte gripe. Tomamos chimarrão e ouço notícias sobre como é barato comprar peças e pneus do Chile e Argentina....
É sexta-feira, dia 22, dia do meu aniversário e a gripe está pior do que antes, mas tenho que seguir pra Jaguarão onde já começou o 11 Motofest de Jaguarão, um dos cinco melhores eventos de motociclismo do RS. Mais um dia pra andar cerca de 750 kms, a 100 kms/hora. O centro-oeste do RS é muito bonito com belas plantações, muitos pássaros, mas o tempo continua frio, garoando... Da BR 285 sigo sentido São Borja até Cruz Alta, onde vira BR 158 até chegar a Santa Maria, e continuo pela BR 392. Começa a esquentar, mas ainda há muita estrada. Quase fico sem gasolina, perto de Canguçu, mas chego a Pelotas, e daí até Jaguarão, uma bela reta, cheia de plantãções, gado bovino, carneiros, pássaros...
Minha resistência está baixo devido à gripe, mas paro na entrada da cidade, onde há uma recepção com churrasco do KM Final MC, que produz o 11 Motofest. Como a carne de carneiro, apesar de normalmente não comer nenhuma carne vermelha. Depois de 15 minutos sigo pro ginásio e armo minha barraca. Encontro amigos da Irmandade Estradeira, Brazil Rider´s e Clube XT600. Recebo as boas vindas dos velhos amigos Cassola, de Brucutu e de Peres. São 21 hs e o sol continua forte. A gripe também, e logo apago.
Dia seguinte, sábado, rodo alguns metros, atravesso a ponte e já estou no Uruguai.... Rio Branco é uma pequena cidade uruguaia na fronteira, que vive do movimento dos turistas brasileiros, que fazem compras em suas lojas Free Shop (é zona franca). Sigo com alguns amigos pra Laguna Merín, a cerca de 30 kms da fronteira, balneário bonito, onde os motociclistas vão se divertir. Está um dia bonito, muito quente, vejo muitas motos uruguaias de origem chinesa que não existem no Brasil, já a gasolina é muito boa, porém cara. Á noite a cidade está em festa, está marcado um jantar (pago) de confraternização.... que acaba não acontecendo. Sou salvo pela pizzaria de um amigo do MC local. Os MCs uruguaios não são de muita conversa, mas encontro alguns amigos do Irmandade Estradeira, Lico, Canibal e Alejandro. Também encontro Cicatriz e Rosana do Dragões da Noite MC, velhos amigos de Curitiba e que vão seguir pra Montevidéu. A festa entra pela noite...
Domingo sigo pra Tubarão-SC pela BR 116 (cerca de 750 kms pra fazer, 12 hs de viagem), e de Porto Alegre pego a Freeway (BR290) pra cair na BR101. Está muito quente, mas tenho que seguir devagar, parando nos pedágios, a BR101 continua em obra, alguns trechos são de amargar, com muitas pedras jogadas pelos caminhões, dentro de algumas cidades o trânsito é bem lento. Chego em Tubarão às 20 hs. Ligo pra Gentil (Motoban), que é do Brazil Rider´s e do Clube XT600, que me recebe muito bem. Dia seguinte parto em direção à famosa Serra do Rio do Rastro. Subo a SC 370 até São Ludgero, que apesar do nome italiano é cidade de descendente de alemães... Pena que a serra estava nublada, ruim pra fotos. Como todos que já foram lá sabem essa serra tem curvas em cutuvelo e tive que parar algumas vezes para os caminhões, que desciam, poderem fazer as curvas sem me jogar no abismo...
Daí continuo pela SC 382 que passa por Lauro Muller e São Joaquim, região bonita e que fica cheia de neve no inverno. Sigo pela SC 114 até o trevo que vai dar na BR 282, perto de Lages. Continuo subindo a Serra Catarinense, passando por Campos Novos, Catanduvas até Xanxerê onde há o trevo com a BR 155 e subo norte até a fronteira com o Paraná onde pego a PR 280 sentido sudoeste, passando por Clevelândia, Mariópolis até Pato Branco onde me esperam os amigos do Brazil Riders, Capitão e Padredé. Fico na Paróquia Cristo Rei onde Padredé atende. Capitão me leva pra um tour pela bela cidade, que tem flores nos canteiros entre as avenidas, a cidade é limpa e bonita, com cerca de 80 mil kms é a jóia do sudoeste do Paraná e fica a cerca de 100 kms da fronteira com a Argentina.
Resisto à tentação de dar um pulo à Argentina (não há muito que ver ou fazer do lado argentino) e sou brindado pelos amigos com um belo churrasco com cerveja Budweiser argentina, chimarrão e... música sertaneja e gaúcha! Capitão é jornalista e tem uma revista chamada "De Moto", que é uma das melhores publicações sobre motociclismo que eu já li, com inúmeras fotos de eventos do Sul e SP, inclusive do aniversário do Falcões Raça Liberta MC em Guarulhos. Além da revista ele escreve mais dois jornais, o cara é fera e grande motociclista. Depois de dois dias está na hora de pegar novamente a estrada, desta vez para Curitiba.
Para evitar o número absurdo (e caro) de pedágios, peguei novamente a PR 280, sentido leste, até União da Vitória e a partir daí pela BR 476 até a capital. Já perto de Curitiba pego um início de chuva, mas chego bem e entro em contato com meus amigos do Clube XT600 e Brazil Rider´s. No Bar do Beto, perto do portão da PUC Curitiba tomamos uma cerveja e tiramos fotos. Aproveito o dia seguinte pra visitar o Museu Niemeyer, o Jardim Botânico e o Teatro de Arame. Infelizmente choveu torrencialmente todos os fins de tarde de Curitiba, uma rotina durante a viagem... Sexta-feira dia 29 pego novamente pra estrada, em direção a S. José dos Campos, onde já trabalhei. Para evitar o stress de engarrafamento na Régis Bittencourt decidi testar um novo caminho que começa depois de Registro; a Serra de Juquiá (SP-079). Apesar de estreita e de ter alguns pontos de asfalto ruim me surpreendi com a estrada, antiga rota de tropeiros gaúchos pra Sorocaba, que tem pouco trânsito e passa pelas plantações de bananeiras, típicas do Vale da Ribeira. Em Piedade peguei a SP 250 que vai dar na Rodovia Raposo Tavares até Cotia, Grande SP.
Como chovia muito e temia passar pelas inundações que tem caído todo fim de tarde na capital paulista desviei pela Anhanguera (onde moto não paga pedágio) até Campo Lindo Paulista, onde peguei a Rodovia Dom Pedro até Jacareí, no Vale do Paraíba, região que conheço bem. De lá até S José dos Campos foi rápido. Fui recebido pelo amigo Néia do Brazil Rider´s e outros colegas, com direito a pizza e cervejas. Dia seguinte, 30 de janeiro, estava no Rio e em seguida pra Nova Friburgo, onde constatei que em 19 dias de viagem fiz pouco mais de 6 mil kms pela maior parte do PR, SC e RS, com minha pequena Lander. Esta viagem não seria possível sem a amizade e hospitalidade dos amigos do Falcões Raça Liberta MC Filial SC, Brazil Rider´s, Clube XT600 e Irmandade Estradeira. Muito obrigado a todos vocês e até a próxima!
Kike
Falcões Raça Liberta MC Nova Friburgo
Brazil Rider´s
Clube XT600