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NOVA VIAGEM DE MOTO A NEUQUÉN, ARGENTINA
VIAGEM DE MOTO A NEUQUÉN, ARGENTINA, (10/03 a 01/04/2011) Jordan Wallauer e Martha Tresinari B. Wallauer Em outubro / novembro de 2010, pilotando uma Honda XRE 300, percorrendo uma parte do centro e norte da província de Neuquén, na Patagônia Argentina. Minha esposa Martha iria de avião até a cidade de Neuquém, onde nos encontraríamos para alugar uma 4X4 e seguirmos juntos, já que ela tinha um trauma com relação a uma motos. Por razões de problemas de saúde, a família não pode viajar, mas ficou com a atenção aéreas. When Martha manifestou o desejo de me acompanhar como garupa - surpresa - providenciar uma troca de moto por uma BMW G 650 GS (que já ganhou o apelido de Gzinha), mais potente e confortável para dois, e voltei à Província de Neuquén, procurando Novos caminhos, para encontrar com Martha na cidade do mesmo nome. A primeira etapa da viagem, Urubici / SC a Ijuí / RS, envolveu a neblina e a garoa na serra catarinense, e a iniciativa nos planos catarinense e gaúcho. O primeiro lugar da pilotagem da G 650, que tem o lugar mais baixo, a possibilidade de ser muito consensuada, mas o melhor é o mata-cachorro original da BMW e a adaptar uma barra horizontal com pedaleiras dobráveis nas pontas, posso esticar como pernas e ficar em posição super-quente quando desejo. Esse artefato, montado em cano de ferro galvanizado ao qual foi vendido como pedaleiras com solda MIG, foi pintado em alumínio DuPont, igual um BMW original (obra de meus amigos da Serralheria Serrana, de Urubici). Em Ijuí um bom papo com o Brasil Cavaleiro Pedro de Souza, cerveja e batatas fritas e logo tratei de descançar. O Hotel Nossa Casa, onde me hospedei, emocionado com as imagens do tsunami no Japão. Estive em sas tiracolo em um país e tenha especial afeição por seus habitantes. Do you ver o que estava ali acontecendo! De Ijuí fui a São Borja, onde cruzei uma estrutura sob um sol escaldante. Tomei a AR 14, uma Rodovia Federal Argentina, uma Rodovia Federal da Argentina, revendo uma savana de Corrientes e Entre-Rios, com seus espinilhos e algarobos, que sempre me lembram as savanas africanas, dos filmes, só que em vez de antílopes e girafas a gente tem que se contentar com alguns raros ñandús. Também tem aqueles postes de alta tensão com as cabeleireiras e barbas de gravetos, um dos trabalhos das caturritas que ainda não aprendem, com o joão-de-barro, um trabalho com alvenaria. Estes, por sua vez, aqui e ali fazem, nos mesmos postes, casa até sobrepostas, pequenos sobrados, onde assistem poros de sol fantásticos. Nuvens eu nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens nuvens hora. Dormi em Federal, uma capital mundial do chamamé. Não é um passe pela cidade, pois o calor estava insuportável. Eu instalei no Hotel Yatay, pequeno, barato, com ar-condicionado e banho privado. Jantei num restaurante super simpático e muito bem atendido chamado El Yungui, cujo dono, motociclista proprietário de uma monstruosa nua Yamaha de 4 cilindros, recebe com cortez e uma projeção agradável, sobre a política, sobre a paixão e sobre o terror e o tsunami do Por exemplo, iphone. Este é um lugar que vale a pena para quem está na estrada! De Federal tomei o rumo para a Vitória e Rosário, saindo da RA 127 (P de Provincial). Nesta rodovia precisa-se tomar cuidados e ter muita atenção. A falta de cuidado com a dor não dolorosa Desviei a olhar para o segundo para ter o melhor, e desviado, de um enorme buraco. Tratava-se, vi mais tarde, de uma abelha que funcionava na manga da jaqueta. Resultado: sem ter visto o buraco, voamos a moto, eu e o bauleto! Voltamos a ter um outro fim de semana, e ainda um tempo de ver pelo espelho retrovisor. Foi um susto enorme, principalmente porque, dentro do bauleto, o netbook do meu filho acabou de chegar um tombasso! Bem, tanto o netbook quanto o netbook funcionaram com suporte depois do susto. Uma vez que o complemento é suficiente para voltar ao asfalto com elegância e equilíbrio. No mais, atravesse pela magnífica ponte Nuestra Señora del Rosário, no Rio Paraná, com um vento de mais de 60 km por hora, que um pouco mais adiante desvaneceu em uma tromba d'água entre Rosário e Casilda, cidade onde acabava de ficar para fugir da chuva. É uma segunda vez que esta ponte, sem as condições de tirar uma foto, ela e as pantanais do delta do Paraná, em muito parecidos com os nossos estados de MT e MS. A primeira foi de 4 anos e embaixo de chuva fortíssima. Em Casilda, hospedado no Hotel Cuatro Plazas, um pouco mais luxuoso, cujo preço da diária corresponde a um hotel bem mais simples no Brasil (ficou em R $ 140,00) pude dar uma pequena volta pela cidade, que tem 4 magníficas Praças no Centro, de onde saiu o nome do hotel. Por favor, faça um passeio na praia ou faça um retorno ao hotel. Casilda merece retorno, pois parece ser muito agradável, é bem arborizada e tem uma urbanização impecável. No dia seguinte, quase sempre acompanhada, seguiu viagem sem sobressalentes até Trenque Lauquen, quase na Província de La Pampa, onde foi feita pelo Beto de Trenque, irmão Brasil Rider, por sua esposa e filhos filhos de Tomáz e Luzia, crianças super Simpáticas e educadas que adoram uma gieta, tanto que acabam por ser trocadas de moto com o objetivo de fazer um passeio pelo parque da cidade. Ele na G 650 GS, com o filho na garupa, e eu com uma pequena trilha chinesa de 200 cc, sem freio na roda traseira, sem ponto morto e sem retrovisores! Uma aventura e tanto, mesmo andando a 40 km / hora! Em Trenque me hospedei no hotel que tem o nome da cidade. Um quarto térreo, antigo, com uma sala de desayunos que parece ter saído do mesmo por uns 50 anos atrás. Não é apenas uma sala, como também o proprietário (ou gerente) e os freqüentadores habituais que a noite se reúne para assistir futebol. É uma coleção da terceira idade que me integra com gosto, pegando a cerveja e os refrigeradores com as portas de madeira. Por causa de uma sucessão de tragédias no Japão, agora com a ameaça de um tremendo desastre nuclear. De Trenque Lauquen para Neuquén foram 714 km rodados das 8:20 horas da manhã às 17:30 da tarde por estradas em geral muito boas e desérticas, mas com algumas partes em reforma e pequenos trechos urbanos com semáforos. Por rodar, rodar por toda a Argentina, não tem nenhum problema com os policiais, como antigamente acontecia. Em todos os postos, e muitos, sempre fui bem tratado, além de orientado com cortesia e presteza. Da metade do caminho em frente (Puelches) andei brincando de gato e rato com uma chuvinha ameaçadora que nunca conseguiu me pegar de jeito. Rodei quando podia a 140 km / h, nos bons trechos, compensando aqueles em não tão bom estado. Um moto se comportando de forma admirável. Só complique o grande Neuquén (Cipoletti, Neuquén e Plottier), Em Plottier encontrei Marcelo Chandia, outro Brazil Rider, que havia nos reservado o Hotel Costa Limay (não sem antes ter insistido muito para que ficássemos na sua casa), um espetáculo de hotel a preços bem razoáveis (4 estrelas por cerca de 80 US$ para um apartamento de casal). Digo "nos reservado", porque Martha estava chegando no mesmo dia, via aérea. Marcelo ainda me levou ao aeroporto onde buscamos Martha, ansiosa pela sua estréia como garupa de viajem em moto. Jantamos com Marcelo, sua esposa Cláudia e a filha Daniela, tomando Shneider negra e brindando à amizade! Na manhã fria de Plottier, Martha e eu montamos na Gzinha toda equipada, para irmos para Zapala, com parada prevista em Plaza Huicul para visitarmos um museu de paleontologia que lá existe. Ao todo uns 200 kilos entre piloto, garupa e bagagem. Passados os primeiros dois ou três kms em tráfego urbano, onde senti minha garupa ainda meio tensa (acho que eu também estava), seguimos como se estivéssemos fazendo isto juntos - rodar de moto - a muito tempo. Em Plaza Huicul, fomos magníficamente recebidos por Viviana, cunhada do BR Marcelo, de Plottier, que trabalha no Museo Carmen Funnes. A exposição do museo é explêndida! Chama mais atenção um esqueleto montado de um Argentinosaurus huinculensis, o maior herbívoro que já existiu, e outro do Giganotosaurus carolinii, o maior carnívoro, paleohabitantes das planícies patagônicas do Cretáceo. Vale a pena visitar o local. Chegamos cedo em Zapala onde decidimos passar o resto do dia e comemorar com pizza e malbec Postales (vinho patagônico muito bom) o primeiro dia de moto de Martha. Esta cidade não tem muito de especial, exceto pelas calçadas de pedra calcárea cheias de impressões fósseis de conchas, evidência cabal de que a Patagônia também já foi mar. No dia seguinte rumamos em direção à Aluminé, pela estrada que leva ao Parque Nacional Laguna Blanca e depois, pela serra chamada Espinazo de Zorro e pela Bajada de Rahue. O Parque Nacional Laguna Blanca, a uns 30 kms de Zapala, tem um centro de visitantes primoroso, bem atendido por guarda-parque, que permite a interpretação da paisagem lacustre que se descortina logo adiante, com seus cisnes-de-pescoço-negro, flamingos e patos de diversas espécies. Super-especial para nós, que trabalhamos com Parques Nacionais, no Brasil, por cerca de 30 anos. Do Parque Nacional para frente começaram as fortes emoções. Um vendaval varria a estrada que se contorcia por entre montanhas, espremida nos vales, ora em subidas extremamente íngremes, ora em descidas alucinantes. A moto, muitas vezes em segunda ou terceira marcha, empurrando o vento de frente, ou precáriamente se equilibrando com rajadas laterais. Especialmente na descida da Bajada de Rahue (uns 1.200 metros de descida e subida do outro lado), em estrada de rípio, a G 650 GS se mostrou uma moto competente, assim como Martha me surprendeu pela sua coragem. O vendaval pelo qual passamos para chegar em Aluminé, ocasionou danos nas redes de transmissão, de tal forma que chegamos na cidade sem energia elétrica e, conseqüentemente, sem internet e sem TV. Chegamos em Aluminé ainda peleando com o vento. Nos hospedamos no Hotel que tem o mesmo nome da cidade. Bom.... muito bom mesmo, principalmente quanto ao restaurante, cuja especialidade são pastas, mas que prepara e serve ótimas trutas e cabritos deliciosos. Só não havia garagem coberta para a moto. No amanhecer do dia seguinte a Gzinha estava coberta de geada e tivemos que esperar o sol esquentá-la para podermos sair. O slogan da cidade é "Aluminé te entra por los ojos" e agente só se dá conta disto quando se dirige, como fizemos, ao Parque Nacional Lanin, especialmente com as paisagens no caminho do Lago Ruca Choroy e nele mesmo. A estrada, de rípio, é muito bem conservada, cruzando por localidades mapuches (a maior comunidade da Argentina com nomes de sonoridade peculiar como Tayñ Rakizuan ou Nienguehual), até chegar ao Lago, com seus patos mergulhadores e neuquenes reales (uma espécie de ganso selvagem elegante e bela). No Parque percorremos de moto uma trilha, com pedras grandes e soltas, barro, água, raizes de árvores (pehuenes grossos e cheios de piñas - a araucária araucana) onde a Gzinha, como sempre, foi perfeita. Martha mais uma vez me deixou perplexo com sua tranquilidade, inclusive filmando em momentos de certo perigo enquanto eu pilotava preocupado com o que ela poderia estar sofrendo na garupa. A próxima etapa foi seguir para Villa Pehuenia, por asfalto e rípio, com a espectativa de ver a lua cheia (a maior dos últimos 18 anos, segundo nos informaram) às margens do Lago Aluminé. Na noite anterior a nossa partida em direção à Villa Pehuenia, descobrimos que não havia gasolina. Como da última vez que estive por esses lados, tive que amargar uma fila no posto de combustíveis local, à noite e com frio, para abastecer, depois que chegou um caminhão de abastecimento. Menos mal que chegou. Para Villa Pehuenia a estrada é em grande parte de rípio, margeando o Lago Aluminé, de paisagens mágicas. Em Villa Pehuenia procuramos por algum hotel nas margens do lago, de onde pudéssemos ver o nascer da lua (a tal que os astrônomos estavam dizendo que seria a mais próxima e maior dos últimos 18 anos). Encontramos o Hotel La Balconada, com uma indescritível vista do lago, voltada para o Leste. Extremamente confortável, compatível com muitos dos nossos 4 estrelas, por R$ 120,00 em suite luxuosa. Perfeito! À tarde percorremos de moto, evidentemente, uma área de comunidade Mapuche, com 5 lagos, sendo um mais bonito do que o outro. No final da tarde, experimentando algumas cervejas negras e amargas, artesanalmente feitas com água (cristalina) do Rio Aluminé, assistimos ao espetáculo do nascer da lua ,cujos reflexos no lago pareciam prata esparramada. Não podíamos ter escolhido melhor local para isto! No dia seguinte tentamos subir o vulcão Batea Mahuida que, entretanto, estava coberto de neblina. Aproveitamos para ir até o Lago Moquehue, por rípio, é claro! Tão bonito como o Aluminé. Compramos alguns artesanatos pequenos e delicados e nos dirigimos novamente ao vulcão que já estava descoberto. Por um caminho de rípio, com muitas costeletas e alguns buracos e pedras, pudemos chegar até a cratera, em cujo interior há um pequeno lago extremamente azul. A vista que de lá se tem dos lagos Aluminé e Moquehue é, como Martha costuma dizer, explendorosa!! Nao fossem todas as outras coisas belas e emocionantes que vivemos nesta viagem, só esse dia já teria valido a pena! A Gzinha continuava se comportando muito bem. Alguém me disse que escolher uma moto é como escolher um sapato. O que serve bem para um nem sempre é o ideal para outro. Acho que achei o sapato perfeito para mim! Martha parece veterana na garupa e tem me ajudado muito como navegadora. Na manhã seguinte fomos para Las Lajas e Chos Malal levando na memória e, até onde é possível, nas máquinas fotográficas, as imagens fascinantes destes locais. Saímos ao nascer do sol sobre o lago e, logo depois, começou uma garoa que nos deixou preocupados, pois a estrada que escolhemos, por Pino Hachado tem quase 50 km de rípio e "camino consolidado", em geral bom, mas com grandes trechos de muita areia e pedras soltas, perigoso, se bem que compensado por paisagens belíssimas, em parte acompanhando um rio correntoso, com as encostas com muitos pehuenes (araucária araucana), em parte acompanhando a fronteira com o Chile por altos vales gelados.Quase chegando em Pino Hachado um conjunto de riscos simultâneos: buracos.... pedras soltas e animais na pista. Depois de Pino Hachado mais uns 150 kms de asfalto, com um vento muito forte no geral, que nos acompanhou até Chos Malal, mas que foi particularmente assustador em um pequeno trecho na parte mais alta, nos obrigando a rodar em segunda marcha, a 20 km/hora e com a moto inclinada! Só não parei porque não conseguiria manter a moto em pé. Passamos sem parar por Las Lajas, mas paramos em Churriaca, uma localidade mapuche a poucos kilômetros de Chos Malal, em uma casa que nos pareceu ser um restaurante. A casa era uma antiga escola ocupada agora pelos mapuches, que nos serviram um "guizo de arroz" que, na verdade, era a comida deles, já que no local funciona um posto de saúde e não um restaurante. Uma delícia na sua simplicidade e sabor. Em Chos Malal nos hospedamos em La Farfala, pousada onde eu havia ficado na viagem do ano passado e fomos recebidos com muito carinho e amizade pelos proprietários e seu filho. Para nós La Farfalla é como se fosse a nossa casa, tão à vontade nos sentimos ali. No dia seguinte fomos às lagunas do vulcão Tromen, onde eu já tinha tentado chegar no ano passado, sem êxito por conta da neve que havia caído abundantemente. Duro caminho de rípio com "serrucho" (costeletas), pedras soltas, buracos e, aqui e ali, alguma água cruzando o mesmo. Além de tudo um vendaval gelado, apesar do sol forte. Sacrifício que valeu a pena pela paisagem e pela sensação de estar envolto por forças da natureza... o vento gelado e forte.... o sol ardido...a magnitude do vulcão coroado por neves.... a beleza da laguna com seus cisnes de pescoço-preto. Para mim ainda a oportunidade de passar na casa de Luiz Rivera, criador de cabritos com quem charlei e tomei uns mates em novembro passado. Ele não estava. O mais provável é que estivesse pastoreando seu gado pelas montanhas. Pude, entretanto, deixar amarrado na porta de sua casa uma sacolinha, com um pacote de erva mate de Urubici, fotos tiradas em nosso encontro e um bilhete, escrito ali mesmo, cumprindo uma promessa a ele feita. De Chos Malal fomos a Las Ovellas, de ônibus, poupando Martha e moto da estrada que está terrível e em obras (puro "serrucho" e zonas em construção). Sempre subindo, passamos por Andacollo, que é zona de mineração de ouro,com a paisagem toda revirada e feia. Antes desta cidade, e depois dela, a paisagem sempre impressionante e magnífica da Cordillera de Viento. Entre desta cordilheirae a Cordilheira dos Andes , em um vale alto, está a cidade (1.800 habitantes) de Las Ovellas. Pequena, quase sem infra-estrutura hoteleira, tem um povo super hospitaleiro, educado e gentil. As pessoas nos cumprimentavam ao passar e sempre faziam algum comentário agradável. Sem internet, só um restaurante que só abre as 21 hs, e nada para fazer, nos restou dormir cedo, para poder sair de madrugada com um guia que contratamos, com sua camionete 4X4, no rumo do Vulcão Domuyo, na verdade uma montanha sem cratera, mas com muita atividade vulcânica que muitos temem que, num dia qualquer, se torne um verdadeiro vulcão. Seguimos para o Norte, passando por Varvarco, uma pequena cidade mais próxima de Domuyo. Chegamos de camionete a El Playon, a poucos metros do acampamento base do Domuyo. Visitamos zonas de geysers e fumarolas, e de fontes termais. Rodamos por lugares impressionantes, ora pelas formações rochosas, ora pela imensidão da paisagem. Deslumbramos-nos com as cores, com as formas, com o inusitado de ver águas quentes e vapores saindo da terra a poucos metros da neve e com a surpresa de encontrar, nos lugares mais inóspitos, gente com seus rebanhos, aproveitando os últimos pastos do verão. É nestes lugares que sentimos aquela sensação de pequenez e fragilidade do homem, ante a imensidão da natureza, e contraditoriamente, a sua grandeza, na sua capacidade de adaptação e de transformação do ambiente. É ali que a gente percebe de maneira clara e cabal o quanto podemos, e que deveríamos usar nossas capacidades para conviver melhor com a natureza. No retorno a Chos Malal, um maravilhoso almoço oferecido por Don Alberto, sua esposa Fitty e seu filho Francisco e companheira Romina: um chivito assado (prato típico de Chos) acompanhado por malbecs da região. Na sexta-feira (25 de março), à noite, dei uma passadinha no único posto de combustíveis que está funcionando em Chos Malal ,para completar o abastecimento da moto, pois haviam me avisado que recém havia chegado a "nafta" que estava em falta. Como aconteceu no ano passado, tive que entrar em uma fila. Logo começou uma chuvinha incomoda e fria que me fez abandonar a fila e voltar para a pousada. Enfim tinha combustível suficiente para ir até Las Lajas, uns 180 km adiante, e não precisava ser tão prevenido assim. Jantamos com a família dos proprietários da Pousada La Farfalla. Foi difícil a despedida. É sempre difícil despedir-se de bons amigos. Difícil também fazer o acerto de contas, pois não queriam cobrar muitas das despesas que fizemos, colocando-as na categoria de ofertas de amigos ( e aí tinha de tudo: uma diária, várias garrafas de vinho, várias doses de whisky, muitas refeições, etc.). Martha acabou conseguindo um acordo para não causar prejuízos, já que se trata do negócio deles. A parte que não queriam cobrar foi rateada meio a meio! Saimos de Chos Malal no dia seguinte, numa manhã muito fria, mas ensolarada, vendo que à tal chuvinha tinha correspondido uma forte nevasca nas montanhas do entorno, entre elas o Tromen e o Wayle, que estavam completamente brancos, e belos. Se tentássemos então ascender à laguna que fica entre eles, como o fizemos logo que chegamos à Chos Malal, não conseguiríamos! Por falar neste lugar - a laguna - aonde chegamos sob um fortíssimo vento e rodando num caminho bem difícil, foi lá que me dei conta de que já estava tendo com a Gzinha a mesma cumplicidade que tinha com La Negra, a XRE 300 da Honda, com a qual tentei chegar no Tromen em novembro do ano passado. Bem, deve ter sido ilusão provocada pela altitude, ou pelo vendaval, mas sou capaz de jurar que naquela ocasião a BMW piscou para mim! No caminho para Las Lajas, a medida que o dia corria, a temperatura foi baixando, a ponto de causar um enorme desconforto. Só não parei para desmontar a bagagem e pegar mais agasalhos porque mantinha alguma esperança de que o sol acabasse esquentando as coisas. Puro engano, quando chegamos em Las Lajas as montanhas bem próximas, à Sudoeste, sustentavam sobre elas uma nuvem cinzenta, escura, da qual se desprendia uma nevasca que paulatinamente foi pintando tudo de branco. Gelados, acabamos parando em um posto de combustíveis, muito mais para nos abastecer com café quente, do que abastecer a moto com "nafta". Só depois de nos esquentar e conseguir mover os dedos das mãos, retomamos o caminho para Zapala, onde passamos a tarde e a noite. No dia seguinte rumamos para Plotier. No domingo ao meio dia, em Plotier mais uma vez, procuramos, sem nenhum resultado, por um restaurante aberto. Segundo Martha eles devem "fechar para o almoço". Acabamos comprando em um pequeno empório, um ótimo salame, queijo, pão sírio e vinho Garras, malbec roble, safra 2005, produzido quase que artesanalmente em uma pequena "finca" de Coquimbo, no vale do Maipo, Mendoza. Pena que a produção deste vinho, pequena, não permita exportá-lo para o Brasil! Almoçamos no Hotel Costa Limay, onde estávamos hospedados . Perfeito! Melhor do que ter encontrado um restaurante aberto! A noite mais uma despedida daquelas! Marcelo, Cláudia e a pequena Dani, de Plotier, nos convidaram para jantar e nos deram presentes. Um deles, uma táboa de queijos, foi feita pela Dani. No dia seguinte, bem cedo Martha pegou um vôo para Buenos Ayres/ Porto Alegre e Floripa. Quanto a mim, peguei a moto e iniciei a volta, procurando novos caminhos que me levassem a paisagens ou locais que ainda não conheço. Com 7 a 10 dias para o retorno me abre um bom leque de possibilidade, mas confesso que o ápice desta viagem foi o período passado na cordilheira e que já começava a dar uma saudade de Urubici. No retorno, meu primeiro objetivo foi chegar ao Parque Nacional Lihuel Calel, entre Puelches e Sta Rosa. O parque ainda mantém alguma fauna interessante e se pode ver alguns guanacos e choiques (o ñandú de pernas mais curtas da Patagônia e da Pampa), mas o que impressiona são as formações rochosas que parecem grandes sorvetes se derretendo. A planície entre Gen. Roca e Sta. Rosa em alguns momentos proporciona aquela sensação de liberdade total. À frente e atrás, de um lado e de outro, parece que o mundo se resume a essa planície imensa, mal forrada de gramíneas e mínimos arbustos..... A gente tem a impressão de que vai levantar vôo, bastando respirar fundo ou acelerar um pouquinho mais a moto! Em Sta Rosa, a conselho de um proprietário de uma b ela Yamaha Virago super-bem conservada, me hospedei no Hostal Rio Atuel, perto do Terminal Rodoviário. Simples, baratíssimo e bem atendido, fica próximo da Igreja Nsa Sra de Fátima, cujo campanário me despertou tocando música agradável às 8 hs da manhã. Vale a pena ali se hospedar para ouví-lo. De Sta Rosa foi uma tirada só até Mercedes, cidade grande e movimentada onde fiquei no Hostal del Sol, com certo luxo, bom atendimento e preço irrizório (R$ 60,00). Beleza! Tomei um caminho tortuoso para evitar o transito periférico de Buenos Ayres e seguir para Zárate, onde atravessei o Rio Paraná por um sofisticado sistema de pontes. Essas pontes não têm a beleza arquitetônica daquela que atravessa o mesmo rio em Rosário, mais à Oeste. De qualquer forma impressionam pela sua engenharia, sendo também obras magníficas. Um pouco mais ao Norte, pela Rodovia Nacional 14 (uma auto-estrada de duas pistas de cada lado, com muitos trechos em obras), visitei o Parque NACIONAL las PALMAS, com sua extranha paisagem formada por palmares extensos de Yatay, que nós conhecemos por butiá. As estradas internas do parque são de rípio e areia bem soltos que acabaram proporcionando o meu primeiro tombo com a GZINHA.... Tudo ficou bem com a moto e comigo, apenas um dos bauletos laterais ficou todo raspado. Dormi em Concórdia, às margens do Rio Uruguai. A cidade de Salto/Uruguai fica do outro lado do rio. Concórdia tem 200.000 habitantes, e é bem movimentada. O centro parece uma pequena Madrid, com seus bares, restaurantes e cafés com mesas nas calçadas. Num deles comi costeletas à la parrija, com batatas fritass, cerveja Quilmes e tv passando um jogo, de futebol, é claro! Só para contrariar e movimentar o bar torci para o Peñarol, time uruguaio que enfrentava um rival argentino, pela Copa Libertadores de América. Foi bem divertido e o pessoal que estava ali entrou na brincadeira! Alguns até pensaram que eu era uruguaio! E não é que o Peñarol venceu! Cheguei em Paso de los Libres logo após o meio dia, para saber que as lojas só abririam depois das 16 hs. Eu havia me esquecido do costume de “hacer la siesta”. Querendo adiantar a viagem, não esperei abrirem as lojas, cruzei a fronteira, passei por Uruguaiana e acabei dormindo em Sto Angelo, RS, terra de meus antepassados maternos, onde fui maravilhosamente recebido e hospedado pelo Gilson Miranda, Master Brazil Rider, sua esposa Carmela e as filhas Polyana e Bibiana. Uma última etapa de 750 km e estava em casa, em Urubici, SC, satisfeito, feliz, mas bastante cansado, o que não me impediu de já começar a pensar em uma nova viagem! Entre esta e a anterior, visite conhecer os lagos Argentinos e Chilenos, muito procurada por turistas, e ao Sul de Mendoza, a passagem obrigatória para quem viaja a Santiago do Chile. O centro e o norte neuquino não fica nada mais que as interfaces mais conhecidas e visitadas. Além disso, pode-se manter o esforço do país e da região para melhorar a infra-estrutura viária e de atendimento ao turista. Acreditamos que Alimenté , Villa Pehuenia, Caviahue, Copahue , Varvarco , Bariloche, San Martín de los Andes, Villa Angostura, Mendoza ou Córdoba.
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