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Relato de viagem
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(Diário) de Florianópolis ao Alasca - Page 14

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Calgary - Canadá  a Miami - Estados Unidos 28/08 à 12/09 - Calgary - Canadá - Mata-Mouros -  MÉXICO              São seis horas da manhã quando saio junto com meu irmão Roberto e vou acompanhando o mesmo até a saída da cidade, ele vai para o trabalho e eu vou tentar terminar o trabalho que comecei no dia 30/04/01. Na bifurcação de Calgary quando aceno, dando Adeus ao meu irmão Roberto, de 25 anos de boa amizade e moto, sinto um nó na garganta já que não sei quando o verei novamente neste mundo... Nos primeiros 100 km a moto estrala a corrente, quando paro para verificar vejo que ela esta frouxa novamente e não sei se vou chegar a Toronto. A concessionária em Calgary esqueceu de mandar buscar e ela então pediu para a BMW Canadá mandar o kit (corrente e pinhão) para a concessionária de Toronto, e daqui até lá são 4.000km. Vamos ver. Com a corrente estralando menos, fico pensando no Roberto, ele para me deixar ativo me fazia pintar o deck da casa dele, e molhar as plantas todos os dias. Eu ficava  puto da vida, um cara que ganha US$75 dólares por hora só mexendo no computador fazendo cálculos estruturais para as companhias de petróleo...E a esposa dele vai para a casa de campo deixando uma centena de flores para molhar. Um dia eu enchi um camburão com água quente e molhei as florzinhas que são o verdadeiro xodó da esposa dele, até mesmo as plantas artificiais eu molhei, eu pensei se a metade das flores morresse, eu estaria economizando o tempo do meu irmão, as filhas das putas das flores não morreram e ainda por cima gostaram da água quente! Se eu voltar ao Canadá me lembrem de levar um pouco de agente desfoliante... Roberto meu irmão eu tentei te ajudar, na próxima vez prometo que vou ser mais eficiente. Ah, no teu computador, aquela beleza de máquina, deixei vários sites pornográficos gravados, quando a sua mulher abrir vai ser um sarro. Vírus eu não consegui instalar... Voltando a viagem, agora já com 1400 km rodados ainda arrumei forças para armar a barraca, só que aqui paguei 14 dólares. No segundo dia eu toquei mais 1290 km, no terceiro 970 km, aqui não adianta falar muito desta estrada e da paisagem porque não tem muito mesmo para falar. Depois que você sai de Calgary, a estrada vira uma reta sem fim, diz o canadense que se você perder o seu cachorro nesta estrada depois de dois dias você ainda vê a cola do bicho abanando para você. No quarto dia eu rodei 455 km e entrei em Toronto, já na cidade fiquei apavorado com o tamanho da mesma, pois ela é muito distendida, ou seja, muito poucos prédios, e este ainda são por setores, um pouco no sul, um pouco no Norte. Com meu Inglês (de mímica) consegui que um táxi me levasse até a BMW, onde estava a BMW Canadá havia enviado um kit de corrente de transmissão. Quando eu entrei na concessionária a corrente estralava mais que pipoca, não tinha mais como esticar a mesma, o pessoal desta concessionária  MCBRIDE CYCLE foram muito gentis, além de me darem desconto nas peças ainda me deram duas camisetas do grupo de moto deles, em três horas de serviço eu já estava pronto e de corrente nova. Agora era só pegar no rumo das Cataratas do Niágara. Antes que eu me esqueça, novamente meus anjos da guarda interferiram, o mecânico que trocou a corrente para mim era Português, e ainda havia mais um Português, um Peruano e ainda um Mexicano. Assim me sai muito bem para explicar o que estava acontecendo com a moto. Chego nas Cataratas do Niágara, como está chovendo e logo vai anoitecer, procuro um hotel e deixo para bater as fotos na manhã do dia seguinte. E cedo já estou lá, a postos batendo as fotos das quedas d’água. Ali o que é bonito é a cor da água, que é de um verde esmeralda muito bonito, e o resto é só marketing puro, com uma rede de hotéis muito grande, que não é maior do que a nossa rede de hotéis em Foz do Iguaçu, sem querer ser pretensioso ou bairrista, posso afirmar que a nossa Iguaçu é pelo menos 5 vezes maior do que Niágara Falls, saio dali meio decepcionado e volto até Toronto, para me encontrar com um manézinho da Ilha que agora está morando por lá. Quando chego em Toronto me perco, o que é até compreensível quando se trata de uma cidade com mais de dois milhões de habitantes, (que é também conhecida como a metrópole mais organizada da América do Norte) e quando vejo, já estou no rumo de Ottawa, a capital do Canadá. Como não sou de voltar atrás... Sinto muito amigo manézinho da ilha, na próxima vez, ou na outra vida nós nos encontraremos, pois agora eu sou uma máquina de andar. Passo Montreal e vou dormir depois de Quebec, uma cidade dentro do Canadá que só fala Francês e fazem questão de não entender teu Inglês, o que para mim não fazia a menor diferença. Porém agora eu tinha que falar: “Excuse me, I don´t speak English” e também em francês, “je ne comprends pas le français”.             Como não falo francês, passei direto por Quebec, fui em mais de 15 hotéis e todos estavam lotados, ate os campings estavam lotados, achei um  e paguei 17 dólares para dormir. Pela manhã quando eu estava saindo do banheiro, ouvi uma frase em Português: “Cadê a minha escova?”. Fiquei parado perto do grupo, pois não queria dar vexame, eram brasileiros que estavam em Quebec fazendo curso e como não acharam hotel, dormiram dentro do carro no camping. Foi uma farra e muita coincidência também.     E por falar em coincidência no Canadá, em Calgary antes da moto quebrar eu fui conhecer um lago famoso, com um grande hotel, ali a moto ficou no estacionamento, pois a bicha velha do meu irmão não deixou eu entrar com a moto e quando eu voltei, achei este bilhete na moto. Estes foram os únicos brasileiros que eu encontrei até agora... Saio do camping num pau só, e só parei quando eu achei o Oceano Atlântico na cidade de Geais. Agora imbiquei minha moto no rumo de Palhoça, pois no fundo da minha casa fica o Oceano Atlântico e é para lá agora que eu to indo, é como diz o meu irmão Jair, é só imbicar a bateira que o vento sul te leva para a praia...Palhoça, aqui me vou com moto imbicada e tudo mais. Até hoje eu não fui parado pela Policia, pura sorte.                  Às três horas da tarde do dia 02 de setembro entrei nos EUA e dormi na cidade de Augusta. Acordo e o pau tora, 120 km/h direto. Agora estou na 95 que vai me levar até Miami, passo por Nova York, Boston e não paro para nada, a não ser dormir e comer, que são frutas que compro nos mercado para comer na estrada nas áreas para descanso. Dia 05 eu chego a Miami, com 8670 km rodados em 9 dias, a media fica perto dos 1.000km por dia. Entro em Miami e vou direto a um hotel muito conhecido dos brasileiros, o Everglades que fica em frente ao Bayside Shop. Vou até este Bayside que é enorme, que é também onde acontecem os Boat Shows, mais se parece com um grande shopping center. Dali saem barcos de passeio, tem cassino, bares etc...Ali tomo minhas pinãs coladas e vou dormir.  No dia seguinte tento passar e-mail para o Brasil e não consigo, está tudo congestionado. Despacho a barraca e mais algumas tralhas para casa. À noite volto até o Bayside para ouvir um pouco de música latina ao vivo, pois é de graça e ao ar livre, no dia seguinte conheço os brasileiros que são donos da loja Rio Norte, compro um MD a preço de custo e mais um relógio. Almoço ao lado em um restaurante de um paulista e vou embora. Sai de Miami com um congestionamento do tamanho de um bonde, para rodar 40 km eu levei mais de duas horas, com 340 km eu parei para dormir. Hoje é dia 7 de setembro dia da independência do Brasil, acordei meio cansado e meio desolado, acho que acabei fazendo merda em entrar em Miami.  Ali comi comida brasileira e também falei muito Português. Muitos brasileiros ficaram assustados com o que eu estava fazendo, o pessoal da Rio Norte (uma bela loja de artigos importados) me falou que ali já havia chegado um monza com um casal e um filho, mas a maior que ele viu foi chegar na porta dele um Fiat 147 a 7 anos atrás. Isto é para ver que não tem só eu de louco no mundo... A verdade é que eu estou meio derrubado, hoje só rodei 650 km, chego a Houston no dia 10, as 10 hs da manhã, procuro uma autorizada da BMW, a minha moto esta com os rolamentos de roda estourados, não sei como é que eu cheguei tão longe deste jeito. Ali o pessoal da BMW carro me dá o endereço da BMW moto, achei a bendita cuja,como segunda feira eles não abrem procuro um hotel próximo, são 12 hs e eu já estou com a moto parada quebrada.             Terça feira dia 11 entro cedo na loja da BMW, ali ninguém fala espanhol, com muito custo chamaram o faxineiro que era Mexicano e ali começamos a nos entender, eu desmontei a roda na frente da loja e mostrei os rolamentos gastos. Não me deram garantia, e como eles não tinham os rolamentos da BMW, mostrei a eles que ali eram rolamentos comuns, da linha industrial 6203 e 6204. Eu dei o cubo de roda para eles e eles me cobraram  120 dólares de mão de obra e mais 47 dólares pelos rolamentos. A BMW da Alemanha vai ter que dar um jeito nisto. Ali era outra loja que só trabalhava gente com outras marcas. E foi ali também, que ao vivo na hora que estava acontecendo, eu vi quando o segundo avião bateu na segunda torre do World Trade Center. Saio dali e vou dormir a 200 km da fronteira com o México, já que fecharam as fronteiras. Agora à noite com um canal de tv em espanhol é que entendi a força da coisa toda, que merda de inteligência filha da puta dos terroristas que conseguiram burlar toda a inteligência americana, canadense e Israelita. Pois todos estes apóiam, e o pior que isto abriu uma série de precedentes para outros loucos. Imaginem a Espanha como deve estar com os grupos bascos e a Irlanda do Norte com suas guerras entre católicos e protestantes. No dia 12 de setembro entro no México por Mata-mouros, aqui é outra história, pois aqui estou praticamente em casa e voltei a falar (Hablar!?!?!) agora tudo é mais fácil, as estradas podem ser piores e a segurança menor, mais me sinto muito bem no México. VIVA México. Que por sinal a cidade está toda enfeitada (eu acho) que é para as eleições de domingo.    



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