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Relato de viagem
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(Diário) de Florianópolis ao Alasca

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03/05 à 16/05 -  Porto Alegre (RS) - Comodoro Rivadávia (Chile) Relato por Henrique 03/05 - 5ª Feira - Partimos de Poa p/Livramento até Paissandu e entramos na Argentina, na cidade de Colombo passamos por Buenos Aires e dormimos em Benito Juarez.  04/05 - 6ªFeira - Fomos a Bahia Blanca até Puerto Madri, após Comodoro, Rivadávia, onde acontece a extração de Petróleo, na beira da estrada, após fomos a Rio Galegos a San Sebastian, após entramos no Chile, pegamos a Balsa e atravessamos o Estreito de Magalhães indo até San Sebastian, indo até o Ushuaia e retornamos por Chile até Puerto Venir pegamos outra balsa até Punta Arenas no Chile indo até Puerto Natales.   16/05 à 24/05 -  Comodoro Rivadavia (Chile) - Antofagasta (Norte do Chile)  16/05 - 4ªFeira - Retornamos a Comodoro Rivadávia e vamos, hoje, a Puerto Aisen onde vamos pegar um barco e ir até Puerto Montt no Chile.  LUGARES LINDOS: PATAGÔNIA - onde existe uma fauna exuberante, sendo o pico alto Ushuaia, coberta de gelo. Puerto Natale no Chile, lugar de 120.000 Habitantes, onde existe a Zona Franca.  Em Puerto Natale há muitos turistas estrangeiros europeus, espanhóis, onde existem grandes blocos de gelo.  Andamos por estradas cobertas de gelo com um frio tão grande que a neblina da manhã com o vento ao contrário se transforma em gelo, deixando a parte da frente da moto coberta de gelo. Também passamos por estradas de lama, pedras soltas (Ripio) e estradas cobertas de gelo.  Abraços,  Henrique, Relato por João (Gau) Chegamos ao Ushuaya dia 10 de maio e fomos bater foto da placa que diz você chegou ao fim do mundo... Depois fomos ate Lapataia 25 km depois do Ushuaya...Lá tem outra placa que diz: aca se termiona a ruta 5... Depois disto e só água até o pólo sul... Saímos de Ushuaya logos nos primeiros kilometros havia gelo na pista... Quase entramos bem as motos  derraparam legal... Pouco depois estamos entrando no Chile PORVENIR... PUNTA ARENAS e fomos até PORTO NATALE... Chegamos nesta cidade de 3.000 habitantes com as viseiras dos capacetes congelados, os meus óculos idem...Fomos os últimos 30 kilometros com as viseiras levantadas e a 40 por hora...A moto do Henrique congelou os retrovisores...Entramos num restaurante e só saímos dali depois de 3 horas quando os corpos recuperam o calor perdido... Dia seguinte fomos para CALAFATE - ARGENTINA... Depois de uma hora no ripio (estrada de chão) o frio chegou em forma de neve todo o campo e as estradas estavam cobertas de neve foi bonito de ver mais foi feio de sentir o frio... Ainda bem que as roupas da Moto Point do BERNARDO segurou o Tranco... A 20 km de CALAFATE a coisa engrossou o caldo, este trecho de asfalto se formou uma tempestade de neve  que congelou todo asfalto...Tivemos que dar uma volta de mais de 500 km para entrar no Chile de novo... Saímos de PORTO AISEM... daí fomos até Puerto Mont... Em Santiago trocamos o pneu do Henrique que durou só 6.000 km...O ripio come todo o pneu... Hoje estamos em ANTOFAGASTA, onde tive que trocar toda a relação corrente, pinhão, etc da minha moto... A corrente durou 25.000 km. Hoje, ao chegarmos em ANTOFAGASTA, às motos atingiram os primeiros 10.000 km. De Florianópolis (Palhoça) ate o Ushuaya  tem exatamente 5.006 km, a minha moto fez 18/km por litro e a do Henrique 14 km/litro. As duas motos estão suportando bem o frio e as estradas de ripio... O Chile tem as melhores estradas da América do sul... UM AVISO A TODOS, QUALQUER MOTO PODE VIR ATÉ O USHUAYA, POIS SÓ TEM UNS 200 KM DE RIPIO Há 15 ANOS ATRÁS ERAM 2.000KM... Portanto de uma CG a uma GOLD WIND  já pode vir ate o Ushuaya  sem problema a estrada até lá é muito boa. Um abraço e até breve, João (Gau) Relato por João (gau)             Saímos de Antofogasta a tarde, (no Chile nesta época anoitece mais cedo por volta das 18 h normalmente no Chile anoitece depois das 20 h). Como todo bom brasileiro, deixamos de abastecer nos postos da cidade e não tinha postos fora  (na saída)  da cidade, pasmem!  Ficamos sem gasolina depois de rodar apenas 60 Km é mole ou quer mais? A NOITE CHEGOU E A COISA FICOU PRETA...  a minha moto ainda conseguiu chegar a uma cidade, abasteci e fui buscar o Henrique... dormimos naquela cidadezinha e pela manhã fomos para Arequipa. Chegamos em Arequipa para procurar pneu, pois era a minha vez de trocar o Henrique já havia trocado em Santiago e o meu com mais de 10.000 km já estava na hora! só que o comércio no norte do Chile fecha as 12 e abre as 16 h (é a famosa ciesta, tradição nos paises hispânicos). Tocamos e chegamos em Arica na fronteira com Peru. Saímos de manhã cedo e fomos rumo ao Peru, rodamos 40 km e paramos um carro no alto de uma montanha a mais de 2.000 metros,  o Henrique pergunta aos caras: AMIGO a fronteira é quantos km? 200, responde o Sr. rodamos mais 100 km e vimos que estávamos indo no rumo da fronteira da Bolívia... (o senhor falou certo, a gente é que não perguntou pela fronteira certa!)  Voltamos ao mesmo posto e abastecemos novamente, pois rodamos 240 km de puro turismo, chegamos na fronteira do Peru às 14 horas, depois de meia hora de pura burocracia estávamos dentro do Peru, só um papel levou seis carimbos (se no Brasil as coisas já são “burrocratizadas” imaginem no Peru!), mas foram muitos atenciosos conosco, eles gostam de ver gente viajando de moto, isso é o sonho de tanta gente! A liberdade... Hoje, dia 26 estamos indo Peru adentro... agora em território Peruano, todo cuidado será pouco pois as coisas aqui às vezes acabam em “bala”, passaremos por estradas que são controladas pelo “cendero luminoso” grupo revolucionário dominante no Peru, que Deus nos acompanhe! Um abraço, até breve, Gau ONDE ESTÁ O HENRIQUE?!!! (RELATO POR GAU)  


Entramos no Peru dia 26/5/2001 na Fronteira deles com o Chile não deu para acreditar, eles foram muito gentis, depois de 6 carimbos em cada papel saimos dali em menos de meia hora. Rodamos 180 km e paramos para dormir pois a proxima cidade ficava a 4 horas de viagem (PUNO) Chegamos nesta cidade as 16 horas, levamos 8 horas para fazer 380 km. Eu cheguei nesta cidade passando mal... o mal das altura me pegou de tal forma que fiquei dois dias no chá de coca... todo o hotel tem e eles vendem a folha da coca na rua e nos mercados ... para chegar em PUNO passamos por 4.740 metros de altura.... o pior é que chegamos nesta altura muito rapido.... A moto do Henrique falhou um pouco, mas fomos embora... Em Cuzco fomos conhecer Machu Pichu .A COISA REALMENTE E UMA MARAVILHA...... .levei o capacete comigo já que a moto não pode ir..... Ficamos dois dias em Cuzco...fomos direto a Nazca.. .a cidade famosa pelos desenhos no deserto.. .ninguem sabe até hoje como foram feitos e para que servem já que só podem ser visto de avião...não sei onde arrumei coragem e subi num teco teco e fui fotografar as LINHAS DE NAZCA... Saimos de NAZCA dia 2/06/2001 depois de rodarmos 230 km e almoçarmos o Henrique saiu na frente, ou melhor ele sempre andou na frente, pois eu ainda sou braço duro para as curvas....só que cheguei a 50 km de Lima e parei em um pedágio fiquei lá uma hora e escureceu. Fui até o proximo pedágio mais 40km e nada do Henrique!!! Nos dois pedagios me informaram que não passou nem uma moto igual a minha Fui ao Bairro de Miraflores procurar um grupo famoso de motos de Harley Davison, pois um advogado na estrada tinha dado o telefone para o Henrique e ele ia nos apresentar este grupo de moto que é famoso em Lima Não achei o Henrique.... já estou a 600 km ao Norte de Lima e nada de noticia do Henrique a Policia não tinha nenhuma informação de acidente naqueles 200 km... ele nao ligou para minha mulher dizendo onde estava.. a minha agenda eletronica acabou as pilhas a mulher do Henrique não ligou para a minha se ele estiver fazendo algo com as Peruanas......eu vou dar um Peru bem grande para ele pois estou muito preocupado com ele Hoje é dia 3/06/01 são 20 horas e a duas noite que não tenho noticias da bicha velha... Por incrivel que pareça até agora a policia nao pediu uma unica vez documentos para nós ...o Peruano foi o povo que melhor nos tratou... Aqui tudo é Barato em relação ao Chile e Argentina.... a Policia nos parou umas 5 vezes só para conversar e não pediu documento ou dinheiro...... VIVA O PERU... A policia tem os melhores carros das Americas, tudo Toyota Land Cruiser e Pathfinder Em Lima eles tem Nissan Patrol só eles e o Japão usam estes carros graças aos convênios milionários do Tio Fugimoro com os HERMANOS japoneses.....cansei os dedos de catar milho ate mais....... ONDE ESTARÁ HENRIQUE?!!!


03/06 à 11/06 - Norte do Peru - Cartagena (Colômbia) APARECEU O HENRIQUE! (Relato do Gau) Quanto à viagem eu tenho duas notícias uma boa e outra ruim... A ruim e que o Henrique desistiu da viagem em Lima  no Peru... Os negócios dele em Porto Alegre  começaram a andar para trás e o mesmo teve  que ir para Porto Alegre... Ele tinha uma audiência dia 19/06... De um apartamento que ele vendeu e a mulher o pagou com um cheque sem fundo... Antes de nós nos perder a mais de cinco dias que ele vinha falando em abandonar a viagem só que ele sempre falou em ir o mais longe possível... Com o amigo que arrumamos no Peru, um advogado que ia nos apresentar em Lima o pessoal das harleys, eu acho que ele aproveitou que estava no meio de amigos e resolveu ali mesmo desistir da viagem e uma grande perda para mim, pois contavam com o Henrique para esta viagem especialmente para atravessar os  Estados Unidos e Canadá,  pois não falo duas palavras de inglês alem de coca-cola e hot dog, agora no mínimo, terei que aprender mais umas 10 palavras mais que isto, é aprender inglês! mais não vai ser nada, os meus anjos da guarda vão dar um jeito e senão derem, quero que o mundo se exploda! que com inglês ou sem, eu vou chegar no Alasca nem que eu  tenha que fazer um curso de inglês pelo caminho. Henrique você fica me devendo essa! Pensando melhor acho que não... tava na hora de fazer um teste do meu inglês. Henrique, você foi um bom companheiro de viagem, tocava bem e sempre via as curvas melhor do que eu... andava sempre na frente. No início fiquei chateado com o Henrique por ter desistido sem pelo menos ter apertado a minha mão, mas de certa forma eu o entendo, não se sentiria muito à vontade para me dizer que estaria voltando, mas como viajamos tanto tempo junto e brigamos somente uma vez e por causa do Brizola, o velho político, que você adora e eu detesto naquela noite foi muito engraçado... Hoje é engraçado... pois naquela noite pareceu que no dia seguinte não íamos mais viajar juntos... Mais pela manhã parecia que nada tinha acontecido....             Amigo Henrique, sinto falta do apoio que um dava ao outra agora a coisa ficou preta a minha moto ficará muitas vezes  exposta a roubos,  pois tenho que fazer as coisas só, entrar em hotéis, etc... Espero que tenhas chegado ao Brasil e estejas dormindo na tua cama, pois nós falávamos que as nossas camas seriam as melhores do mundo a minha cama ainda vai ter que me esperar por mais alguns meses... mas sei que quando botar a cabeça no meu travesseiro alto e macio vou poder  começar a sonhar com outra grande viagem... pois se Deus quiser o Alaska  já vai estar no passado  e o sono virá em forma de um sorriso...     Amigo Henrique se nesta vida nós não viajarmos novamente em uma outra grande viagem... com certeza no céu não vão nos deixar andar de moto... pois as motos são muito pecadoras e se formos para o inferno o diabo com certeza vai ficar com as nossas motos para ele... Na minha idade A COISA VAI FICAR DICÍFIL PARA TENTAR OUTRA DESTA... VOCÊ E MAIS JOVEM PODEM TENTAR NOVAMENTE                A segunda noticia e que já estou em Cartagena na Colômbia cheguei sábado dia  09/06   A viagem que fiz dentro do Brasil como sendo a maior viagem de moto no Brasil... e quando atravessei a Porto Velho – Manaus,  achei que aquilo que era coragem e perigo... agora vejo que a Porto Velho - Manaus foi um passeio no parque em relação ao atravessar a Colômbia... pois atravessei zona de guerrilha ...Farcs  Para-militares... assaltos à mão armada as farcs tomam o que querem e o que não querem tocam fogo... fora os seqüestros de 5.000 dólares e de 10,000... a ordem de todos era rodar só ate às 5 da tarde e não sair do hotel até o dia seguinte até às 7 horas da manhã ou em algum lugar depois das oito eu não entendia direito como o povo pode viver assim tinha dia que mal fazia uma refeição... pois o medo e a mãe de todos os males... um médico que ficou meu amigo ligou para as cidades a frente para ver como andava as coisas os jornais aqui só falam em seqüestro... roubo de  veiculo pela farcs ... uniformes camuflados que foram descobertos indo para o exército guerrilheiro... pois no fim você acaba não sabendo quem é o mocinho e o bandido o povo aqui é o que está mais fu... da América do sul... quando entrei na Colômbia gritei dentro do meu capacete estou em casa sinto o cheiro de café fresco... estrada boa e mulher bonita isto aqui se parece muito com o nordeste tem muita morena da bunda grande  e mulheres morenas bonitas... só que aqui Deus sacaneou com os mais afoitos tem tudo menos segurança e segurança é manter a cabeça no lugar... Do Equador só posso falar o seguinte  FOI BOM NÃO FOI... passei o Equador em menos de 28 horas pois queria resolver logo o caso da Colômbia que tinham e tem me falado tão mal que me deu um estado de nervo tão grande que entrei na Colômbia sabendo que ia ter problemas grandes... graças as meu anjo da guarda eu não vi nada não me incomodaram e muito menos me pediram dinheiro numa das 50  ou 60 blitz em que eu passei e que só me pediram o documento da moto... só da moto o meu não e me desejaram  uma boa viagem...   Na fronteira do Equador com a Colômbia não tive nenhum problema, as pessoas foram muito gentis e rápidas, só no Equador que tive que tirar xerox do passaporte e documento da moto esta operação não levou 10 minutos... Amanhã é domingo (10/06) e vou tirar para descansar pois vou ter que reencontrar o meu espírito, que  passado o medo, sumiu do corpo, estou que é só adrenalina pura... estou mais elétrico que tomada de 220 volts... a coisa não é fácil, o povo fala tão mal da segurança e te recomenda tanto cuidado etc, que você acaba  ficando em pé de guerra... qualquer pessoa que chegava perto de mim eu mordia... no bom sentido... qualquer carro que ficava viajando atrás de mim era motivo para eu voltar para trás nas curvas como os carros não voltavam atrás de mim eu voltava ao rumo norte novamente... é um terrorismo mental e desgastante, tão cedo ou nunca mais quero passar na Colômbia novamente, pena que tem um povo bom e alegre muito parecido com o Brasileiro...           Henrique, um pretendente a futuro genro meu falou que  A MELHOR COISA DA VIDA É PARTIR PARA O PRÓXIMO DESTINO... Peço a Deus que não seja a Colômbia... Amanhã dia 12/06, vou para o Panamá de Barco num pau velho que eu não acredito que continuo calmo... depois da Colômbia o velho barco deve navegar com um barco viking... explorando o mundo atrás de novos destinos... boa noite... O meu espírito voltou cheio de razão dizendo que ele só saiu para dar uma volta que ele vai comigo até o fim... pois ele quer ver o Alaska aos nossos pés...           Um abraço a todos e até breve!  Gau Panamá, Que Beleza!!!  Que Eficiência!!! 


11/06 à 22/06 - Cartagena (Colômbia) - Fronteira Panamá/Costa Rica Sai de Cartagena dia 11/06 às 9 horas da manhã num pau velho de um barco que depois o mesmo me surpreendeu... pois tinha um motor possante o rasgava bem as ondas indo até que pegamos uma tempestade às 5 da manhã que eu na rede fiquei que nem doido molhado chamando pela mãe.... Às 6 horas quando clareou o dia e que vi o tamanho das ondas, eu fiquei pensando com os meus botões... aqui é que os homens choram e nem  suas mães escutam... eu não vou falar da comida para vocês poderem jantar bem hoje só vou falar da água que era usada para lavar a louça... duas bacias, na primeira eram lavados  o grosso e na segunda  com a água mais limpa, o que restava!, essa segunda que no amanhecer eu achei que era uma bacia do café... Às 10:30 chegamos em Acandi uma cidade perto da fronteira com o Panamá. O barco fundeou e desceram a minha moto para uma chalupa, um barco com borda alta, em  1 hora estávamos em Abugana. Nesta cidade dei saída na moto e na minha pessoa. Dali a 40 minutos de barco... (o mesmo barco) já estava em Porto Obadia, já em território do Panamá. Ali já deu crepe com a imigração... O cara queria que eu tivesse um bilhete aéreo de volta ao Brasil, esta é a lei deles aqui para os brasileiros... chamei a nossa embaixada em dois dias resolveram o meu problema... A moto... a moto desmontei para entrar no avião “grande” que vinha no domingo dia 17. Eu cheguei nesta cidade (Currutela) no dia 14 à tarde... O avião “grande” veio e a moto mesmo desmontada não entrou no avião fiquei ao lado da pista vendo o avião ir embora e me deixando numa situação tão desesperadora que não atinei a mais nada... Lembro que fiquei estático por uns bons minutos e ouvi uma voz ao meu lado: PARA FALAR COM O GERENTE DA OUTRA CIA AÉREA QUE SÓ TEM AVIÃO PEQUENO... falar o que? Se o grande não levou... lá me fui deixando a moto e toda a minha bagagem na pista, exploda-se se roubarem algo... “Sr. Ramon... me ablaram que o sr. pode resolver o meu problema”...  “já sei levar a moto, vou ter que cobrar tantas passagens, quantos bancos do avião eu retirar... deixa a moto na pista mesmo, que a hora que o avião chegar eu vou lá...” Três horas chega o avião com cara de mau... aquele tipo de avião metido a grande... O comandante só disse uma palavra... “Tira os dois bancos e põe a moto”... eu não quis acreditar no que ouvi... a moto entrou que nem precisou de vaselina... você e o resto da moto vão amanhã, pois tenho que pegar outros passageiros nas ilhas se soubesse que teria moto e passageiros aqui eu tinha cancelado as ilhas. No dia seguinte ao embarcar no avião que parecia um avião que a força aérea brasileira e a americana usam... um avião chamado búfalo... só que este ao lado do búfalo não passa de um gato... pois a pista que ele aterrisa além de ter curva tem mais buraco que estrada de chão e toda a pista não tem 250 metros... Na terça-feira eu fui no avião mais as minhas coisas da moto ficaram (rodas e garfo dianteiro)... pois o avião e para oito e íamos em 10, pois tinha uns índios que iam ficar no meio do caminho e como eles são pequenos, o comandante achou que avião e o peso e não tinha problema. O número de gente em cada banco de 2, ia três... eu não acredito no que vi e estou escrevendo... uma viagem assim deixa você mais crente das coisas... Chego em Panamá revistam minhas coisas (aduana). No dia seguinte vou buscar a moto com um carro da BMW Ibéria Motos. Vou montar a moto sem muito esforço e com a cortesia desta revenda BMW. As rodas não tinham chegado, trago o corpo da moto e novamente a ADUANA deles revisam tudo de novo... Levamos a moto e não dá tempo de montar hoje de tarde, pois no Panamá só se trabalha até às 5 da tarde. Volto no aeroporto e pego as rodas que chegaram, já são 6 da tarde a ADUANA deles me revisa as rodas e me libera... Dia seguinte às 8 já estou na Ibéria Motos... hoje é quarta-feira, às 13 horas a moto fica pronta, vou ao hotel busco a bagagem e saio agradecendo ao gerente Luis Carlos Torrero e me vou embora querendo naquela tarde dormir na fronteira, são 470 km, quando sai o velocímetro da moto não marcava voltei e fiquei ali até às 5 da tarde e não demos jeito... Volto ao hotel durmo e saio às 6 da manhã debaixo de um temporal que vai me acompanhar por mais de 300 km... Quando estou chegando na fronteira, um pequeno posto da bendita ADUANA deles diz que a moto não pode rodar no Panamá porque a Aduana de Porto Obadia e a aduana do aeroporto de onde desembarquei, tinha que ter dado a mim um “permisso de trafego” Sr. por favor, eu como brasileiro posso ensinar os senhores a trabalharem? Quem entende de lei aqui no Panamá são os turistas ou são as Autoridades Panamenhas? Final da História a moto está retida na Aduana deles aqui de David, e eu escrevendo estes versos achando que eu é que estou errado por estar num país que não gosta de turistas ou as pessoas aqui tem muito que aprender. Não é à-toa que no Brasil já estudaram mais de 5.000 panamenhos nas nossas universidades e uma grande parte está trabalhando no Brasil, que além de ser um grande País, temos uma alfândega e uma policia federal a altura de qualquer País de primeiro mundo. Tinha um casal de alemães em uma van (camionete) que estavam com o mesmo problema meu, eles entraram e não deram documento algum a eles, assim quando foram sair, o mesmo problema... Eles são uma gracinha, na entrada a Aduana deles não dá qualquer papel a você na saída, te complicam a vida... ou por propina, ou é burrice mesmo... se alguém tiver tempo enviem um pedaço deste relato para todas embaixadas do Brasil, principalmente a do Panamá, para ver qual a resposta do Relações Públicas desta embaixada vai dar... Hoje dia 22/6 estou a 50km da fronteira com a Costa Rica e a 1 km de gritar incompetente... A Colômbia e o Peru que só tem problema, a Aduana deles é perfeita e Gentil... a Policia nem se fala... aqui levei uma multa hoje, de 84 km/h onde era 80... depois de muita conversa o guarda me deu a multa e sem jeito falou que eu não ia ter problema em paga-la pois não eram computadorizadas... Amem seu guarda... Boa noite para os amigos e bom dia para este país chamado Panamá... onde você tem que ter paciência e se passar por burro... Um abraço e até a próxima parada! E a Novela Continua... 


22/06 à 26/06 - Fronteira Panamá/Costa Rica - San Jose - Costa Rica Estou na cidade de David... Logo pela manhã chamo a embaixada do Brasil e esta entra em contato com a aduana de David... Chego na bendita cuja e fico ali ate às 13 horas quando eles me dizem que agora não e mais com eles e sim com a superintendente... chamo a embaixada pela segunda vez dou o nome da pessoa eles ligam e a embaixada me diz que vão resolver o meu problema ainda hoje... São 4 horas da tarde de sexta-feira... o expediente termina às 4:30 h. Dizem-me que eu devo esperar até segunda pois a merda virou inquérito com fé publica e declaração juramentada e tudo mais... Quando estou indo embora me chamam e me mandam ler um papel que diz que eu sou culpado e tenho que pagar 250 dólares de multa e mais 12 dólares para ser escoltado sob vigilância até a fronteira os 262 dólares e o custo do funcionário .....ou posso esperar até segunda feira quando cabe um recurso, eu pergunto quanto custa um advogado, uma causa simples assim como a minha, 500 dólares... Pago vou ao hotel, pego minhas coisas, volto na aduana, carrego a moto, fico duas horas esperando pela escolta... Não é que o cara queria porque queria ir na minha garupa até a fronteira!!! Fui no chefe dele e mandei o mesmo bater uma declaração onde ele seria o único culpado em caso de acidente na estrada, o mesmo não quis dar, mas não tem um carro para me conduzir à fronteira como me cobraram os 12 dólares (com recibo e tudo mais)??? Depois de três horas eu paguei um táxi para me levar até a fronteira escoltado por um senhor até simpático, é uma piada mais o que posso fazer... quem manda  eu viajar de moto por estes pequenos paises cheios de dedos grandes para tomar a tua grana. O táxi me custou 20 dólares, o hotel e mais a janta ia me custar 30... ainda ganhei 10... (deixa eu me enganar que saio no lucro). Entro na fronteira da Costa Rica, pago 22 dólares de taxas e seguro da moto. Em 30 minutos estou livre, quando estou para sair conheço um tal de Arturo, que vai me levar até Rio Claro, ali teria um Hotel bom pois na fronteira é uma zona total conversa vai e vem ele diz que tem duas motos, uma Harley... etc e que está havendo um encontro de moto em Golfito a 20 km de Rio Claro além de levar-me até lá e me apresentar aos seus amigos de moto ainda me paga muitos Runs. Vou dormir embalado pelo som das MOTOS acordo no sábado achando que estava no Brasil nos encontro de moto. Conheço o pessoal da BMW Euro Autos de Centroamerica S.A. Divisão moto onde o sr. Marcos Antonio Arvide prometeu-me concertar a minha moto na garantia. Segunda-feira vou para São Jose Capital da Costa Rica, cedo vou a bmw e lá o conserto se inicia... o mecânico de moto deles alem de ser bom no que faz é muito simpático. Estou com um retentor da bengala direita com vazamento, ou melhor, nem vasa mais, pois não tem mais óleo. O mecânico resolve trocar os dois retentores e o óleo das duas bengalas......o meu velocímetro está com o censor de rotação queimado ou rompido o mesmo também e trocado, aproveito e troco o filtro de ar. Se fosse pagar a coisa seria em torno de 300 dólares, ainda bem que a bmw tem garantia internacional por um ano. Quando estou saio da oficina chega o Aturo, reclamando porque eu não o chamei quando cheguei na cidade, “vamos lá pro meu apartamento”, passamos na sua importadora e lá na frente da sua esposa me perguntou se eu queria um companheiro de viagem até o Alasca? Eu não acreditei no que ouvia... Pois o cara alem de ser boa gente fala e escreve corretamente em Inglês, eu achava que meus anjos da guarda iam dar um jeito... mas tão rápido... nem eu estou acreditando que em Lima (Peru) perdi o meu companheiro de viajem que falava inglês. Os mesmos ANJOS que levaram o Henrique para o Brasil, trouxeram-me o Arturo Montero, agora alem de ter um novo companheiro de viagem ele diz a todos que somos grandes irmãos, o único problema e que tenho que esperar por ele até domingo e hoje é terça feira dia 26/06. Acho que vai valer a pena, pois Nicaragua e El Salvador a barra é pesada, assim em dois a coisa fica melhor. O Arturo vai de Electra glide ultra classic 1.500 cc, a moto tem tanto acessório que nem eu acredito que o Arturo vai tocar aquela beleza de moto até o Alaska. Este e do tipo machão! acho que agora a coisa vai dar um novo ânimo. Amigo Beneton, os Legends  agora vão ter um representante à altura do grupo onde você é o Presidente. Beneton entregue uma bandeira (pequena) para minha esposa Marta que ela manda ao Canadá.....onde vou passar na casa de UM GRANDE IRMÃO  e gostaria de tirar uma foto no Alaska com a bandeira dos Legends. No mais agora e só comer dormir e esperar pelo domingo como não estou gastando nada vou revelar mais 10 filmes para pôr mais umas fotos. A todos aquele que tem me passado e-mails, muito obrigado pelas palavras de apoio, vocês não tem idéia de como faz bem, um pouco de palavras nas horas de baixo astral, mais uma vez obrigado a todos... Até a próxima parada! Gau  RUMO AO  MÉXICO...


01/07 à 04/07 - San Jose - Costa Rica - Fronteira do México        São 11:30 do dia 01/07/2001 e estamos deixando a capital da Costa Rica, São Jose com destino a fronteira da Nicarágua. Queremos dormir na fronteira para entrar neste país logo pela manhã e sair de dentro dele o mais rápido possível.         Na saída da Costa Rica tivemos direito a dois jornais que nos entrevistaram e fomos escoltados por vários grupos de  motos comandados pelo Marcos, que é o gerente de vendas da BMW da Costa Rica os grupos que nos acompanharam são.. ACOMORE... M14....COYOTES.... Bmw Clube Costa Rica..etc.....         As 08:00 da manhã já estávamos dando entrada no país e saída da Costa Rica que me cobra  e do Arturo três dólares para sair, esses três dólares são para comprar  um selo que é colado no passaporte.         Na fronteira da Nicarágua nos cobram mais de 25 dólares pela moto e pelo piloto. À tarde (por volta das 14 horas) já estamos chegando na fronteira de Honduras. A Nicarágua nos cobrou mais dois ou três dólares para sairmos deste país.         Em Honduras só a guia que o Despachante bateu, nos custou 30 dólares e a tabela tanto faz um caminhão, um carro de passeio ou mesmo a pé, porque  a porrada é a mesma. Depois de ter pagado a guia, uma surpresa, pagar  mais 22 dólares pelo permisso de trafegar pelas suas estrada esburacadas e mal conservadas. E mais ainda, 8 dólares para fazer revisão (ou revistar as motos) e finalmente mais surpresa, nós como turistas pagamos mais 6 dólares cada um.         Em todas as fronteiras da América Central, existem verdadeiros batalhões (algumas dezenas) de rapazes guias , que se auto declaram despachantes que te ajudam a  mostrar o caminho das pedras. Eu e o Arturo  adotamos uma tática que vem dando certo para se ver livre do assédio destas pessoas que vivem num país miserável e precisam de dinheiro para comer, e você é uma fonte de renda, é pior que isca para peixe.         Então nos fazíamos da seguinte forma, nos dávamos um dólar para quem cuidava da moto e um dólar para quem mostrava o caminho. Incluindo já qual o clichê que era para ser o primeiro etc...         Porem, nem com paciência de monge tibetano para agüentar tanta burocracia, e coisas que complicam a toa , assim na quinta fronteira já estava xingando. E foi o que eu fiz na fronteira de Honduras botei a boca no pessoal da alfândega e eles mandaram eu voltar a Nicarágua para pegar o visto na embaixada de Honduras pois alegaram que o Brasil não tem acordo com este país. Paguei 10 dólares e mais 60 por fora este foram os km mais caros que paguei em toda a minha vida pois Honduras tem 146 de fronteira a fronteira do lado do Pacifico, me deram quatro dias de visto e no dia seguinte já estamos em El Salvador, este pais não cobra nada dos turistas em compensação leva três horas para você tramitar os documentos. As estradas são boas.         Entramos na Guatemala e fomos direto a Antigua uma cidade muito parecida com Ouro preto no Brasil. Para sair e entrar na Guatemala também pagamos 23 dólares.         Quando entramos no México e vimos que já estávamos na civilização (apesar de termos que pagar mais 10 dólares como turistas e 22 dólares pelas motos) O Arturo gritou "AAARRRiAAAAAABAAA ... MÉXICO........” agora é só rodar os 4280 km de costa do pacifico e chegar até TIRUANA na fronteira com os EUA, que é outra historia.....  AAAAArrrrriiiba México....


04/07 à 18/07 - Fronteira México  -   Fronteira EUA             Aqui vamos nós, dia 4/7/20001 entramos por Tapachula e dormimos nesta cidade saímos para comer tacos o hotel  não é nada barato nesta cidade. (um pouco de cultura inútil), hehehe... Uma tortilla enrolada e recheada é chamada de Taco agora se ela for frita e coberta de frango ou carne, é chamada Tostada. Fechada como um pastel e recheada de queijo, vira uma quesadilla. Recheada e servida com molho por cima passam a ser uma enchillada.) Pela manha passamos num posto da aduana deles e  pagamos os 22 dólares pela importação temporária das motos. Logo de saída,  vimos que não ia dar para rodar nas estradas de pedágio pois no primeiro pedágio já deixamos quase 6 dólares.Antes que surgisse o segundo pedágio saímos desta estrada e decidimos rodar pelas que são "grátis". No México se você rodar nas estradas pagas se gasta facilmente 120 dólares por dia.O calor esta insuportável,mas não tiro a jaqueta, calças e luvas, todos em gorotex. Por causa do suor provocado pelo calor, o capacete fica com um cheiro horrível e quase insuportável, lavo o capacete e mesmo molhado já o recoloco, o que  ajuda a  refrescar a cabeça.             O Arturo esta viajando sem jaqueta e de capacete coquinho, o bicho e doido,ele passa o dia todo passando sundow 50. Hoje dia 06/07/01 a moto do Arturo (harley), em um caminho que tivemos que desviar devido a um protesto na rodovia, e ao passarmos dentro de um rio, entrou água no motor e deu calco hidráulico, eu tirei as velas, a água saiu e lá fomos nos de novo. O Arturo e pau para toda obra só que ele não sabe que a moto Harley Davidson não é um anfíbio.             Hoje chegamos em Mazatlan onde vamos atravessar de navio as motos para a cidade de lá PAZ...pois queremos rodar com as motos na Baixa Califórnia dentro do Golfo da Califórnia, pois não queremos nos afastar do oceano pacifico.O Barco nos custou 150US$ para cada um, já incluindo a moto e o camarote.Realmente as praias da Baixa Califórnia são coisa de cinema, tem muito americano acampado em camping rústicos ou seja grátis. Eu não resisti e parei em uma praia, daquelas que a gente só vê em filmes ou em propagandas e me atirei no mar, e alem de tudo, a água é quente! Eu tirei um saco cheio de concha tipo Shell e uma outra que eles chamam de almejas (eu digo que e um berbigão gigante) fiz um fogo e pus as conchas para assar em cima de uma grelha que lá estava de outros verão, ou melhor dizendo aqui é sempre verão e é quase insuportável pois a Baixa Califórnia e um deserto.lá uma vez ou outra que se vê um oásis. O México possui 10.000 km de litoral. Falando um pouco do México, se vê de um tudo pelas estradas que margeia o oceano pacífico ate Mazatlan,   talvez por ser gratuita.Tem muito caminhão,porco,galinha,bicicleta, burro,cavalo etc.             Em uma cidade chamada Ventania, ali os ventos chegam a 80 km por hora e pilotar a moto ali foi difícil. Ainda bem que foram apenas 35 kilometros. Uma coisa boa no méxico é comer frutas na beira da estrada, as frutas são muito doces devido a terra ser muito árida. Os hotéis são na base de 30 a 40 dólares para dois, a comida fica na base de 5 a 7 dólares.Eu tenho feito apenas uma refeição pesada e o resto é na base de frutas pois o calor é foddddddda!! A cada 100km mais ou menos nos paramos para beber água. Nesta rodovia  ate Tijuana, cada 100km ou menos ainda ,há umas barreiras do Exercito revistando carros, motos e ônibus,  atrás de droga.O meu saco de couro onde levo o meu rum foi muito apalpado. Arturo varias vezes perdeu a paciência com os soldados do exercito, pois queriam revistar a moto dele, ai ele mal abria a tampa e perguntava na cara de pau para o soldado "OK"?Posso ir???. Este Arturo faz coisas que até Deus duvida, ele para no meio da estrada para pedir informação com o motor da harley ligado!!! O povo no México é muito bom e muito simpático! O lado perigoso do México, esta na região de Chiapas, que é  considerado o mais pobre dos 31 estados mexicanos, com uma população majoritariamente índia, onde esta o Éden Pastora (Comandante Zero) e a chefia militar do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). Hoje no meio da estrada tivemos que abastecer num posto que eram vários camburões de gasolina, o Arturo ria que se acabava, só que dali ate a fronteira a minha  moto foi falhando....(uns 400 km). Hoje dormimos a menos de 100km de TIJUANA, pois não queríamos chegar nesta cidade a noite pois nos falaram muito mal,falando em falar mau, todos os paises da América central falavam para que nos levássemos uns 50 dólares em notas de um dólar, pois a policia no México para a todos e pede dinheiro você da ou eles revistam as motos, carros etc. Estamos saindo do México e ninguém nos pediu dinheiro.Alias, muito pelo contrario, o pessoal do  exercito mexicano nos tratou muito bem por sinal. Chegamos cedo na  fronteira e as 7:00h da manhã já havia uma fila enorme, porque tem muito mexicano de Tijuana que trabalham nos EUA. Ali levamos um susto, acostumados a burocracia e a demora das fronteiras na América Central, ali tudo foi resolvido em 5 minutos,  inclusive (escaldado pelos problemas no Panamá) eu cai na besteira de perguntar se as motos não precisavam de um documento para rodar nos EUA, a resposta foi curta e grossa: "você tem como provar que a moto é sua ?? Passe e boa viagem!!! E foi assim que entramos na terra do Tio SAM. O Arturo rodou mais 60 km e entrou na primeira concessionária Harley que viu e ali trocou os pneus, os filtro e mais algum servicinho que custou a ale a ninharia de 720 dólares.             Quem manda ele ter Harley Davidson. Agora sou eu quem grita..... ABAIXXXXXXXXOO A POBREZZZZZZAAAAAA!!! ....  Aqui tudo é opulência....mais isto é outra história... ESTADOS UNIDOS E FRONTEIRA DO CANADÁ


18/07 à 26/07 - EUA         Ao chegarmos em San Diego enquanto o Arturo reparava a sua moto eu fiquei imaginando como um povo pode ter tanto e outro nada, é aquele ditado:  "enquanto a América Latina e a Central economizam, a Europa gasta e os EUA esbanjam.         Saímos de San Diego pela Rodovia 5 que vai nos levar, em pista dupla, tripla e quadrupla ate Vancouver no Canadá. É quase impossível de descrever a quantidade de trailers e moto homes que você cruza pela estrada, impressionante como este povo viaja de ferias, sempre mostrando opulência. Cada motor home ou trailer reboca um carro novo. Uma camionete puxa um trailer e um jet ski. E todas as caminhonetes são a gasolina com motor de 8 ou 10 cilindros, enquanto isto no Brasil o melhor carro para é um gol 16 Válvula de 1.000 cc , afinal de contas temos que economizar para este povo gastar e ”dá-lhe" FMI nas costas dos pobres latinos que se orgulham de fazer o melhor carnaval do mundo para americano ver. Na estrada passei por pelo menos umas 60 revendas de moto Home e trailers e não vou falar das revendas de lanchas e carros porque já estou me sentindo um verdadeiro mendigo.         Desta onda de rebocar alguma coisa nem as motos passaram impunes, nas motos agora a moda é usar um reboque para levar mais coisas.         Passamos batidos por Los Angeles. Como recebi um convite para participar do encontro anual da BMW MOA dos EUA, uma associação paralela a BMW United State Of América, não entrei em São Francisco para passar na pela famosa ponte da cidade, a Golden Gate. saímos da rodovia 5 e entramos para a direita, no rumo da costa da Califórnia, uma merda, pelo menos nos trezentos kilometros em que rodamos.         Tenho que para de ver filmes com surf e mulher de peito grande de biquíni. Voltamos para rodovia 5 e lá fomos nos, novamente olhando e babando nas pick ups de 10 cilindros, com cabine dupla.  Chegamos a  cidade de Redmond e ali em um parque de exposição com o melhor gramado que já vi, estava acontecendo o 7º BMW MOA RALLY do BMW Club paralelo ao BMW Americano Oficial, só que ali estava mais de 3.000 BMWs acampadas com barracas de todos os tipos e uma coisa feia que nos vimos foi BMW com reboque . Recebi, ou vou receber, um premio pela maior distancia percorrida até o encontro e também por estar fazendo a maior viagem de moto do mundo dentro da mesma extensão de terra.         A viagem de Ushuaia ao Alasca é a maior distancia de terra do mundo trafegável por rodovia. Outra coisa que os gringos tiveram que engolir é que esta viagem e' a mais rápida que alguém já fez, aparecem gente nas revistas de moto com 80, 100 ou  150 mil kilometros de moto só que estão viajando a 10 ou 20 anos etc. Eles têm uma revista e vão publicar a minha viagem como sendo a maior do mundo (se eu terminar é claro!).         A costa do pacifico americano só tem hotel e camping para motor home e trailer, mas a água do mar não é azul. É como Arturo fala mesmo : "você já viu praias bonitas com encosta de floresta PINUS????????????". Concordo com Arturo, realmente é difícil.         Os hotéis estão um pouco carro devido as ferias americanas de três meses ( e canadenses e mexicanas também!).Estamos pagando para dois, na base de 25 a 27 dólares, so que a gasolina é barata e a comida é na base de duas refeições por dia, uma por volta das 11 e outra às 18 horas, isto quando nossa refeição não é fruta de supermercado (fruta de supermercado e mais suco, sai no mesmo preço de uma refeição naqueles restaurantes de cadeia). Eu me nego a entrar em um Mac Donald´s ou a comer galinha, ate agora não comi frango, não sai do Brasil para comer frango aqui.         Falando em comer, passei pelo México comendo de tudo ou melhor passei por 14 ou 15 paises já e ate agora não tive nem uma diarréia!! O único mal foi no peru, devido a altura que me pegou feio, no mais ate agora é só saúde.         Chegamos na fronteira dos EUA com o Canadá e fiquei lembrado das fronteiras dos paises da América central, com mais de 1.000 carros na minha frente e todos vão entrando sem muito problema.         Nós latinos, fomos carimbar o passaporte e meio a apavorados, pois fomos chegando na fronteira Canadense e não vimos a Aduana Americana, já chegamos falando que se era (O ARTURO FALANDO É LÓGICO) que nos não tínhamos dado saída na imigração americana...etc. Sem problemas, carimbaram o passaporte com um BEM VINDOS AO CANADÁ e nos deram seis meses de férias por este belo país (no verão e na primavera) porque no inverno isto aqui deve ser o inferno....Mais isto é outra historia. A costa do Pacífico americano tem pouco mais de 2.000km, so que o meu amigo Arturo com sua Enorme Harley, tem o mal de todo Harleyro, gosta de curtir a estrada e viajar pouco, para eu fazer ele rodar 700 km é dureza mais é um bom companheiro de viagem. O Henrique aqui iria querer fazer 1.000 km por dia, pois as estradas comportam esta kilometragem sem problemas e alem disso, os dias por aqui têm até 16 horas de luz solar, já dentro do circulo polar serão quase 24 horas de luz!! Pois se Deus quiser ate segunda-feira estarei em Prudohe Bay.         Entramos no Canadá e já vimos que aqui não tem tanta opulência.. o resto a gente conta depois!!         Continua no próximo capitulo.....CANADÁ X ALASCA!!!!!! BEM VINDO AO CANADÁ


26/07 à 01/08 - CANADÁ Ao entramos na fronteira do Canadá com os EUA, só o que tivemos foi a visão dos  impecáveis  jardins floridos dos Canadenses, por isto só, já valeu a pena conhecer o Canadá . Nos deram o visto rapidamente e fomos dormir em Hope, uma cidade que fica a 200km da fronteira. O Canadá é o segundo maior país do mundo, mas em população é o 28º. Seus 27 milhões de habitantes estão espalhados pelos 9 970 610 Km2, estendendo-se por uma faixa de 5 500 Km do Atlântico ao Pacífico, o que gera uma densidade populacional de aproximadamente 3 habitantes por Km2 Apesar destes obstáculos, o Canadá tem desenvolvido um sistema de transportes altamente sofisticado. O país tem mais quilômetros de estradas e ferrovias por habitante do que qualquer outro país, inclusive os Estados Unidos. O Canadá foi o pioneiro no uso de oleodutos de longa distância para o transporte de petróleo e gás, além de outros produtos. Logo que acordamos, eu fui passar o relato num cybercafé. Depois disso pegamos a estrada e viajamos durante 12 horas quando chegamos a Prince George, a noite, ou melhor de dia as 22:30hs. O canadá é o país dos irmãos pobres do americano e o México dos primos pobres, já a América do sul são os filhos bastardos. Realmente o canadense não ostenta tanta riqueza como o americano. Hoje eu dei um cansaço no Arturo, não haviam hotéis na beira da estrada, ou melhor dizendo, estavam todos lotados (os que aqui eles chamam de motel). Por mais difícil que seja para acreditar, muitas pessoas que viajam com trailers dormem nos hotéis/motéis. Ate chegarmos a Prince George, usamos a Trans canadá Highway. A Trans-Canada highway, terminada em 1962, tem 7775 Km de extensão. Saímos de Prince George e fomos direto a Fort Nelson, os motéis e hotéis por aqui são caros, não sai por menos de 30 dólares para cada um dormir, as vezes pagamos 37dolares cada um. Um prato de comida, uma merreca mesmo por assim dizer, custa doze dólares canadense ou 9 dólares americano sem café e sem refrigerante. Pegamos a rodovia Alaska highway, esta é a rodovia que vai nos levar direto a Fairbanks.Esta estrada foi construída em tempo recorde pelo Exercito americano, durante a Segunda Guerra Mundial ,e até hoje, é considerada um feito da engenharia militar dos Estados Unidos. Depois de passarmos o dia inteiro contando trailers e motor homes na estrada, fomos dormir em uma cidade chamada Watson Lake. É possível contar ate 100 deles nos campings a beira da estrada.Hoje de uma vez só eu ultrapassei mais de 10 que viajavam em comboio, eram todos do Rotary Club.  A gasolina aqui chega a custar 90 cents de dólar. É uma pena que a chuva ainda não nos deu nenhuma trégua, e não nos deixou tirar boas fotos. Hoje passamos por Whitehorse, que é a capital da região de Yukon com 31 mil habitantes, sendo que um quarto da população é de origem aborígine. E aqui, a  minha moto marcou no velocímetro 31.000km de Palhoça-SC indo ao Ushuaia e agora até whitehorse, daqui a pouco, ou melhor para ser mais exato, daqui a três horas vamos entrar no Alasca. Chegamos na fronteira e mostramos o visto, eu por sinal mostrei um carimbo e pedi ao Policial que carimbasse com "Alasca", o Policial foi lá dentro e voltou com o meu passaporte carimbado com o símbolo do Alasca. Agora sim eu podia continuar. Batemos as fotos de praxe na placa que diz " Bem vindo ao Alasca" , e aqui vamos nos Alasca a dentro!!!! fairbanks esta só a 150 km, agora eu estou digitando estas linhas em uma biblioteca de uma pequena cidade, que deixa as pessoas utilizarem gratuitamente a internet. Viva a fartura...... PODE POR MAIS ÁGUA NO FEIJÃO QUE EU ESTOU VOLTANDO...


01/08 à 07/08 - CANADÁ -    ALASCA - PRUDHOE BAY             As primeiras noticias sempre são as piores, o meu amigo Arturo só vai comigo até Fairbanks, ele desistiu de alugar uma moto para ir a Prudhoe Bay, ele já tinha visto antes que com sua moto seria muito difícil para chegar ao fim da viagem. Ele fala com todos os motociclistas de Harley que encontra e estes dizem que ele vai quebrar a moto toda, dai a idéia de alugar uma moto.             Mas ele tem que voltar a Costa Rica para dar uma força nos seus negócios e também vai ter que passar por Nova York, creio que de Nova York ele vai despachar a moto de avião, pois na América central agora vai ficar ruim, tanto para ele passar sozinho, principalmente ele com a Harley toda incrementada e cheia de acessórios.             Para ele ficar me esperando 3 dias para que eu volte de Prudhoe Bay é difícil e caro para ele, agora estou sozinho, por minha conta mais uma vez. Arturo valeu em quanto durou, você cuidava mais da moto do que de você mesmo, espero que tenhas um bom regresso e que Deus te acompanhe nesta jornada de regresso. A página esta a sua disposição para escreveres tudo que quiseres, mesmo em espanhol, todos vão entender o que você escrever.....ASTA  LA VISTA AMIGO.......             Chego em Fairbanks e procuro hotel, o mais barato, me custou 75 dólares, acordo e como não sei o endereço da BMW aqui pago um táxi para me guiar ate lá. A BMW de Fairbanks é uma casa velha no meio do mato com motos na rua cobertas apenas com plásticos esperando seus donos. O dono, o mecânico e recepcionista são a mesma pessoa, um Sr.alemão de uns 60 anos que conhece as BMW como poucos.             O Homem me entrega as bandeiras que o Roberto (meu grande irmão que mora no Canadá) mandou para eu pegar com ele, pois senão teria que ir e voltar na casa do ROBERTO em Calgary.             As únicas informações que tenho e posso ter sem falar Inglês sobre como ir até Prudhoe Bay são obtidas na base do sinal, o resto que sei é o que li nos dois livros do Clodoaldo e do Marcos cada um escreveu um livro sobre a viagem que eles fizeram de Curitiba para o Alasca.             Vou num supermercado e compro uma Barraca, um saco de dormir, um colchão que é uma espuma grossa, uma caneca e muita sopa, e é claro, coca-cola para o meu rum, afinal comprei uma caneca e não é para beber café.             Volto na BMW e peço para deixar uma mala lá com as roupas que não vou usar e saio sem trocar o óleo da moto, filtros de ar e nem nada.             São 2:30 de sexta feira 27 de julho de 2001, os primeiros 60 km são asfalto ate Fox, ali abasteci novamente e enchi o galão de 8 litros que eu tinha comprado e agora ia amarrado na moto junto com as tralhas de camping, a moto ficou bastante esquisita.             Mais ou menos as 6 da tarde, ou seja, a noite entrei no circulo polar ártico, ali bati umas 50 fotos com as bandeiras do Brasil, de Santa Catarina e a bandeira dos Legends um grupo de moto de Harley do meu amigo Benneton, que ainda não tive o prazer de cumprimentar por seu noivado, obrigado pelo convite a mim e a Marta.             Saio dali e chego em Coldfoot ali tem gasolina, abasteço e armo a barraca pois o Hotel custa 145 dólares para dois e 125 para um. Fico observando o lugar, muitos caminhões, com máquinas esquisitas em cima, a comida é de primeira. Eu fico perguntando porque disto tudo, depois vejo muitos motoristas de caminhão comendo e assinando uma lista, este lugar nada mais é do que um posto moderno de diligências do passado. A comida e de primeira porque as companhias de petróleo oferecem as melhores comidas para estes homes que trabalham em regime atrapalhado, no verão não tem noite e no inverno não tem dia. A comida era salmão com sobrenome francês, e os cozinheiros, todos a caráter, todos de branco.             Ao lado do self service, havia um pátio que era lama e poeira pura, e foi ali mesmo, que eu esquentei uma lata de sopa, na saída do escapamento da minha moto, tomei dois runs e dei uma de raposa que queria comer as uvas e não as alcançava. Aquela comida de 25 dólares com sobremesa e uma cerveja não iriam fazer bem ao meu estomago. Assim dormi com mais 25 dólares no bolso, e o estomago roncando (tive a impressão que os roncos diziam "Pão duro miserável").             Acordei com minha barraquinha cheia de água dentro pois a noite choveu, o saco de dormir molhou bem como minhas meias e a jaqueta de gorotex que eu tinha usado como travesseiro. Tive que tirar o forro da jaqueta e usa-la do lado avesso.... eu ainda aprendendo.             De Fox a Coldfoot não usei a reserva da moto ou muito menos o camburão que levei cheio, agora eu tinha ate Prudhoe Bay 440 km, quando a estrada está seca você pode andar a 100km/h e com chuva 40 Km/h é o maximo, o Arturo teria chego até aqui com sua Harley com um pouco de sacrifício.             Dormi a meia noite e saio tocando a moto, as 9 horas da manhã sem comer nada. Hoje passei maus pedaços, onde a estrada tinha lama a coisa ficava preta quase fui ao chão duas vezes. Hora inferno, hora céu, encontrei um lobo na estrada que acompanhou minha moto por uns 100 metros, então parei e dei uma das minhas sobras de macarrão que tinha secado. Comecei a tirar umas fotos do bicho e nisto foi parando carros. Hoje passou por mim uma moto tiramos fotos um do outro para que todos saibam que lá estávamos nós.             Finalmente às 16:30 da tarde do dia 28 de julho, cheguei a Prudhoe Bay  a moto marcava 31.690km percorridos,  sem saber que aquilo era a cidade sonhada e idealizada para terminar um sonho. Confesso que fiquei frustrado, pois de Fairbanks até Prudhoe Bay não tem uma uma placa dizendo Prudhoe Bay. As placas falam de Deadhorse (cavalo morto). Esta cidade fica colada em Prudhoe Bay (a  cidade é uma merda) e tem tanto prédio e maquinário que você acha que está numa cidade, é carro para todo lado.             Você não vê ninguém na estrada a pé ou nas ruas, todos com o rabo dentro das pick up. Quando eu me dei conta eu tinha chegado, me deu uma raiva danada pois eu queria ter saboreado os últimos kilometros os últimos metros e centímetros. Tomei um gole de rum e fui onde o Marcos e o Clodoaldo bateram foto, em frente ao US POST OFFICE de Prudhoe Bay e em frente o General Store.             Assim tirei mais de 60 fotos e novamente a bandeira brasileira ficou ao lado da América, a bandeira dos Legends, Tubarões do Asfalto, Amazon Angels e até uma camisa do Megacycle. Ah também tirei com o lenço dos toupeiras do asfalto de Palhoça.             Depois de comprar muito souvenir, isqueiro para o Benneton pelo noivado dele, o isqueiro é um Zippo com o mapa do Alasca, e outro isqueiro para o Dr Luis Cardenuto, mais conhecido como Amorzinho.                 Agora tá na hora de voltar, são 6 da tarde, encho o tanque numa bomba que é um sarro, é uma casinha de madeira e por um buraco sai três mangueira uma de gasolina e duas de óleo diesel. Entrei na casinha e dizia, somente smart card ou visa, enfiei o cartão, e a bomba funcionou.             Agora tenho 440 km para voltar e preciso do galão cheio, a gasolina é branca e fede a querosene, eu fique pensando:  será que algum Brasileiro não andou aqui adulterando esta gasolina?????? Ali, bem debaixo dos meus pés, estava a maior reserva americana de petróleo, a gasolina era zero kilometro ou seja novinha.             Eu com a mente suja cheirei várias vezes a gasolina para ter certeza que não era outro combustível.             Quem não fala o idioma só se Fo......, porém , com meu sonho realizado eu posso gritar agora dentro do meu capacete....(ou melhor Cantar)....PODE POR MAIS ÁGUA NO FEIJÃO QUE EU ESTOU VOLTANDO...... TIRA O FEIJÃO DO FOGO QUE EU VOU DEMORAR!!!   MAS NÃO DEIXA O FOGO APAGAR  


07/08 à 09/08 - ALASCA - PRUDHOE BAY - CALGARY - CANADÁ             De baixo de chuva vou deixando Prudhoe Bay, onde acaba a estrada e começa o mar, e junto a esta cidade que não é cidade (mas é o maior campo petrolífero da América do Norte, e é dali que diariamente perto de 1,45 milhões de galões de petróleo são transportados na Trans-Alaska Pipeline, um imenso oleoduto que liga a baía de Prudhoe  ao porto de Valdez).             Fica agora no chão molhado um sonho realizado, mesmo com a estrada cheia de lama a moto parece que viaja em outra dimensão, deve ser o peso da preocupação se ia ou não chegar, os runs que tomei para comemorar a chegada também estão ajudando esta pilotagem, o deslizar dos pneus na lama agora é musica para os meus ouvidos.             A primeira coisa que vem em mente quando pensamos no Alasca  é um lugar totalmente inóspito, habitado apenas por Esquimós, coberto de gelo e neve e sempre com temperaturas abaixo de zero e no Maximo a tundra como vegetação. Mas o Alasca, é uma terra de grandes contrastes , e esconde muita riqueza e diversidade, há tundras secas, florestas úmidas, geleiras, e pessoas vivendo normalmente como em qualquer outra estado americano etc...             Sou o Primeiro latino americano a fazer Ushuaia X Alasca de moto, e quando eu chegar em Palhoça (SC) serei o primeiro motociclista no mundo a contornar as três Américas, e ainda quando chegar no Ushuaia , ai sim a coisa vai ficar boa para entrar no Guiness Book, de Palhoça (SC) a Ushuaia rodei 5.020 km, e do Ushuaia X Prudhoe Bay rodei 26.670 km.             Quando eu cheguei a Prudhoe Bay, o velocímetro marcava 31.690.km (Kilometragem aproximada pode ter um erro de 100 ou 200 km pois não estou aqui com o meu gravador). A volta deve ser um pouco maior pois só o Canadá de costa a costa tem 8.000 e poucos kilometros.             Quando o relógio marcava 2:15 da madrugada, eu estava a 20 km de Coldfoot (pé frio ou pé gelado), o cansaço me derrubou , acampei na beira de um rio no meio do nada e mesmo assim havia um banheiro, ali era uma área de descanso, e tem mais, tinha lixeira também. O que  os dólares do petróleo não fazem eu fico me perguntando. Faço uma fogueira, seco as minhas luvas, esquento uma lata de sopa e outra  de feijão, dois runs, faço o sinal da cruz e agradeço aos meus anjos da guarda e durmo embriagado, pelo feito realizado.             Às 8 horas da manhã eu acordo e vejo o sol, bato algumas fotos da barraca e quando chego a Coldfoot é que vejo que escapei de uma boa, pois se rodo mais 30 km eu novamente teria enchido de água a minha barraquinha. O pátio onde tem o restaurante, hotel e o alojamento das companhias de petróleo (3 Alojamentos) tinham se transformado em um mar de lama.             Agora só preciso encher o tanque da moto e ainda estou a 240 km de Fox onde tem gasolina. A moto sai rodando, pesada na lama, o efeito da leveza da euforia de ontem já passou, a realidade agora é outra ou seja já estou voltando e trago de bagagem o peso da responsabilidade de voltar ao Ushuaia.             Isto faz a pilotagem ficar pesada. Agora com o capacete fechado e nesse mar de lama fico pensando numa frase que minha filha Chayenne me disse :             "PAI, O MUNDO INTEIRO ABRE CAMINHO PARA O HOMEM QUE SABE AONDE VAI."             Passo novamente pela linha do círculo polar ártico e bato mais umas fotos, quando são quatro horas da tarde chego em Fairbanks, busco a minha mala na BMW. Resolvo trocar os filtros da moto, mas ele não tem filtro de ar, somente o de óleo.             Vou ao supermercado que comprei a barraca e reclamo que a mesma está entrando água, e para meu espanto, não é que eles me entenderam e me deu outra sem reclamar???             Saio com a barraca nova, como um sanduíche e me mando desta cidade caríssima. Sem antes ter lavado a moto, ou melhor ter tirado devem ter sido mais de 30 kilos de barro em cima dela, o radiador da água era só lama. Eu mesmo me lavei no posto (você põe 1,50 e tem dois minutos de água com pressão a quente, usei 6 minutos só para tirar o barro).             Da estrada voltei na BMW para comprar as pastilhas de freio, não tinha. Devido à lama eu só usei o freio traseiro as pastilhas estão no ferro, acho que vou precisar de um disco novo. Andando na lama e nervoso para não cair acabei não ouvindo chiado do ferro com ferro, e se ouvi devo ter achado que era o barro. Ligo para meu irmão Roberto,  que mora em Calgary e peço para ele ver onde tem pastilha no meu caminho de passagem.             São quase 1 hora da manhã, o sol ainda abaixo do horizonte, continua mandando luz, paro num hotel e pago 75 dólares para dormir. Tinha começado a chover e não queria me molhar novamente, no outro dia acordo e vou direto para a moto. Lembrei que tinha um jogo de pastilhas usadas na mala da moto, como o efeito da adrenalina tinha passado, fiz tudo errado tirei roda fora e tentei tirar as pastilhas pelo lado errado e quando finalmente eu me lembrei como tirar é que vi que as pastilhas eram dianteiras. Monta roda, monta pinça de freio, tudo novamente. Eu cheguei a tirar a pinça de freio achando que os pinos das pastilhas tinham encravado.             Rodei 120 km sem pastilha, paro num posto e quando estou colocando óleo de freio para do meu lado uma BMW, com reboque e tudo mais. Vou mexer na minha moto e ela cai encima da outra BMW. Acabou arranhando a moto do cara, um mexicano que estava comigo falou que o cara foi culpado pois viu eu mexendo na moto e colocou a dele ao lado da minha. Agora com  as pastilha no ferro puro saio rodando só com o freio dianteiro, com chuva isto não é nada agradável, as pastilha mesmo no ferro em caso de emergência dá para usar e mandar o disco para o espaço.             Rodo o dia todo passo pela fronteira dos EUA com o Canadá, como não havia ninguém do lado canadense passo direto. Depois de ter rodado 250 kilometros, em um posto de gasolina recebo um telefonema, eu só dizia : "I don´t speak English" e tudo que eu entendia era Tomorrow (amanhã) White Horse (cavalo branco),Police. Liguei para o Roberto e ele falou com o cara do posto, que me explicou o problema, eu havia passado fronteira sem parar, ou seja, eu havia invadido o Canadá.             A fronteira é tão tranqüila que não havia ninguém, e e eu teria que me apresentar em Whitehorse, para justificar para a policia porque eu havia feito aquilo". O dono do posto falou para o pessoal da fronteira que em qualquer parte do mundo sempre tem alguém do país recepcionando as pessoas que chegam, como não vi ninguém achei que a fronteira era fechada. Encontrei um americano com uma BMW rodamos mais 100 km e dormimos em um camping, fiz uma bela duma fogueira que dava para assar um boi, é que nos campings tem lenha serrada para você queimar, em uma espécie de latão com grelha além de muita mordomia e tudo de graça, inclusive com banheiro e tudo mais, (menos chuveiro) o banho tem que ser enforcado, mais nesse frio até que não ter chuveiro é uma boa desculpa.             Fui dormir com 870 km rodados. No outro dia, o americano roda comigo mais uns 200 km e entra na bendita cidade de whitehorse dou adeus para o americano que entrou na bendita cidade que a policia quer me pegar, saiu num pau só, o americano não deve ter entendido nada. Hoje rodei até as 2:20 da manhã, pois não achava camping, quando já tinha rodado 1080 km achei um hotel que dizia "Open 24 hours" abri a porta e não vi ninguém, só vi um quadro de aviso dizendo quais os quartos que estavam vagos fui no 1º aberto e coincidia com o que estava escrito no quadro vacancy. Entrei bati a porta e acordei com o ronco de uma moto saindo, pulei da cama achando que era a minha moto saindo pois ficou toda minha bagagem nela, mas não, era outra moto com o casal me dando adeus.             Hoje entrei na estrada mais linda do mundo fica dentro de um parque nacional  e você tem que pagar para passar por esta estrada que se chama Ice Icefields Parkway (que é também o nome do parque) a cada curva eu parava para fotografar, é uma estrada entre montanhas imensas com os picos sempre cobertos de neve, levei umas 6 horas para fazer 200 kilometros desta estrada que deve ser com certeza a mais linda do mundo.             As 8 horas da noite em um cruzamento da 1 com a 93 encontro o meu irmão Roberto, ele estava indo para sua casa de campo a 300 km de Calgary e combinamos de nos encontrarmos ali. Há 25 anos atrás quando moramos em Manaus, nós sonhamos em fazer esta viagem juntos. Hoje eu realizo um sonho de 25 anos, ele esta ha 24 anos morando no Canadá. A casa do homem fica a beira de um lago, ali o mais pobre come caviar, hoje comi churrasco de carne mesmo só que não custou menos de 100 dólares canadense isto porque compramos carne e tudo mais em um supermercado. A minha moto chegou nessa cidadezinha com um barulho acentuado de válvula, achando que trocando o óleo e os filtros isto iria parar, troquei o óleo e o barulho aumentou.             Cheguei na casa do Roberto quinta feira a noite, pois sexta e segunda-feira ia ser feriado no Canadá aproveito para descansar pois já rodei mais de 4,400 km, no rumo do Brasil e posso parar para lavar roupa , cuidar da moto e do velho esqueleto. Segunda-feira cedo o Roberto me leva para conhecer outras cidades no rumo de Calgary onde ele mora, cada lugar mais lindo que o outro só que a moto não dá bons sinais, o barulho aumenta cada vez mais, e vem do  comando de válvula, e o que era para ser um passeio se torna um martírio, eu estou vendo minha companheira de viagem começando a entrar em colapso. Parece que ela vai se arrastando na estrada, esforçando-se para não me deixar a pé, chegamos em Calgary onde o Roberto mora, achei que ela não iria chegar.             Pela manhã fomos na concessionária BMW, o diagnóstico veio rápido, trocar o motor já que a moto esta na garantia vamos falar com a BMW do Canadá para que esta fale com a da Alemanha para que fale com a BMW do Brasil, ou seja acho que vou ter que conseguir um emprego aqui, pois serão 10 dias para trocar o motor se a BMW do Brasil autorizar ou 20 dias se eles tiverem que abrir o motor e trocar as peças. já liguei duas vezes para o Sergio da BMW do Brasil, mais duas vezes para o Cícero da  Revista Duas Rodas para que eles me ajudem junto a BMW do Brasil de forma que agilizem a coisa toda. A moto está na garantia e é garantia mundial (vamos ver!).O Patric da Jetsports concessionária BMW de Florianópolis onde eu compro as minhas motos também já entrou em contato com a BMW do Brasil e do Canadá fornecendo cópia da nota fiscal provando a compra da moto e a garantia dela, agora só resta esperar e pedir ajuda aos meus anjos da guarda para lidar com este povo burocrático que vai me deixar de molho por algumas semanas.             Agora eu só posso gritar.......TIRA O FEIJÃO DO FOGÃO QUE EU VOU DEMORAR ...MAIS NÃO DEIXE O FOGO APAGAR....PORQUE EU CONTINUO VOLTANDO..!! Ponha de volta o feijão  no fogo que eu retomei a viagem!         


28/08 à 12/09 - Calgary - Canadá - Mata-Mouros -  MÉXICO        Já se passam mais de 25 dias , a concessionária aqui, a BlackFoot Motosports, levou uma semana para abrir o motor da minha moto, uma semana para pedir as peças que na BMW da Alemanha que eles julgavam necessário para fazer o reparo e uma semana para montar a minha moto.         Hoje, tarde do dia 28 de agosto de 2001 é que me entregaram a moto, o conserto total ficou em US$2.650 dólares, e me cobraram US$96 dólares de óleo e mais alguma coisa que não estava na garantia. (os US$2.650 dólares quem vai pagar é a BMW do Brasil), eu ate pensei em brigar, mas achei que não iria valer a pena brigar por pouco.         Isto em termos de autorizada foi o maior absurdo que eu já vi, as concessionárias daqui não são como na América do Sul ou mesmo na América Central. Aqui, eles são país de primeiro mundo e não precisam ter peças em estoque e se você tem que ficar esperando. Em toda a América Latina, as concessionária são obrigadas a manter as peças em estoque e também ser concessionária exclusiva da BMW. Aqui a BMW BLACKFOOT, também é autorizada da Honda, Yamaha, Kawasaki, Triumph, Suzuki, Moto Gussi e outras que eu não me lembro (mais umas dez pelo menos).         O que eles me alegaram, é que tem serviço de mais e mecânicos de menos, e estavam com 14 dias de atraso no serviço deles. Primeiramente eles iriam trocar o motor da moto, depois vieram com uma conversa que a moto poderia ter ficado sem óleo (por culpa minha) e que quanto a isso não teria garantia. Quando veio o diagnostico era a corrente do comando de válvulas, mais as engrenagens. Eles me perguntaram se eu não havia aberto o motor pois estava faltando uma mola no esticador da corrente, um mecânico que não sabe afirmar se um moto já foi aberto ou não é muito incompetente. A unica coisa que eu sei é que cada dia aqui parado me custaram US$100 dólares por dias, sendo que as vezes ate mais.         Passei vários e-mails para a BMW do Brasil confirmar a garantia da minha moto para a BMW do Canadá. Cheguei a pedir ajuda ao Alberto Pelegrini, do Megacycle que por ser meu amigo d e pronto me retornou com solução.         Só sei que não quero passar por isto de novo, você fica com uma incerteza danada, e isto vai minando as tuas forças. Eu já havia ate mesmo visto o preço de uma moto aqui, usada da kawasaki 650, US$3.500 dólares, uma virago usada (com 15.000km) saia por US$3.200 dólares. A mão de obra de um mecÂnico de moto, é de US$75 dólares a hora.         A concessionária aqui é uma das maiores que já tinha visto, quando você entra com a moto na concessionária você passar a ser tratado por um numero e daí para frente a coisa só caminha do jeito deles e não tem choro e nem colher de chá. Se você esta viajando, se vem d e longe, azar, você agora é um simples numero e pronto. A BMW da Alemanha vai ter que mudar urgentemente a política de atendimento no Canadá e Estados Unidos, onde as concessionárias sequer tem peças e os mecânicos hora mechem numa Suzuki e hora nem uma BMW.       E com isto tudo quem ganha, são as Harley Davidson, que vão ganhando o respeito, uma concessionária que atende exclusivamente Harleys  e tem atendimento VIP. A moto que viajava comigo, uma Harley Davidson da Costa Rica, teve um problema,  e fomos ate a autorizada a da Harley, onde o vazamento do motor foi tirado com troca de peças na garantia, mesmo que este motor tenha ficado submerso dentro de um rio quando estávamos cruzando o México. Colocaram dois mecânicos direto na moto dele para que o Arturo, não perdesse tempo em sua viagem. Um mecânico fazia o serviço que estava na garantia e o outro colocando acessórios.         No Brasil nós temos boas concessionárias BMW, que não as para reclamar, eu alias, não posso nem abrir minha boca quando a minha moto estiver em uma concessionária brasileira. Na Costa Rica, além de ter peças para a minha moto, ainda consertaram a mesma na garantia em menos de uma tarde, e no outro dia ainda me trocaram o pneu e óleo como cortesia.         A BLACKFOOT aqui não tinha nem mesmo o filtro de óleo da minha moto. E só trocaram as velas porque varias motos usam a mesma. A minha moto no Brasil tem um ano de garantia com kilometragem livre, aqui no Canadá é 3 anos de garantia com kilometragem livre, ou seja, dois pesos e duas medidas.         Pior de tudo é que a moto agora ficou com uma vibração que antes não tinha, eu acho que apertaram demais o coxim do motor, na saída já tive que voltar porque esqueceram de ligar o velocímetro da moto.         Vamos falar um pouco de coisas boas.....Eu estou retornando a viagem depois de 25 dias sem por o rabo em cima da moto, agora tenho que ter muito cuidado para pegar o ritmo de novo, e começar a armazenar adrenalina. Amanhã parto no rumo de Toronto, depois para Nova Escócia e ali encontro o Oceano Atlântico, e lá mesmo já vou poder gritar:  “ COLOCA MAIS FOGO NO FEIJÃO,MAS NÃO DEIXA ELE QUEIMAR...QUE EU JÁ ESTOU VOLTANDO.”      


Calgary - Canadá  a Miami - Estados Unidos 28/08 à 12/09 - Calgary - Canadá - Mata-Mouros -  MÉXICO              São seis horas da manhã quando saio junto com meu irmão Roberto e vou acompanhando o mesmo até a saída da cidade, ele vai para o trabalho e eu vou tentar terminar o trabalho que comecei no dia 30/04/01. Na bifurcação de Calgary quando aceno, dando Adeus ao meu irmão Roberto, de 25 anos de boa amizade e moto, sinto um nó na garganta já que não sei quando o verei novamente neste mundo... Nos primeiros 100 km a moto estrala a corrente, quando paro para verificar vejo que ela esta frouxa novamente e não sei se vou chegar a Toronto. A concessionária em Calgary esqueceu de mandar buscar e ela então pediu para a BMW Canadá mandar o kit (corrente e pinhão) para a concessionária de Toronto, e daqui até lá são 4.000km. Vamos ver. Com a corrente estralando menos, fico pensando no Roberto, ele para me deixar ativo me fazia pintar o deck da casa dele, e molhar as plantas todos os dias. Eu ficava  puto da vida, um cara que ganha US$75 dólares por hora só mexendo no computador fazendo cálculos estruturais para as companhias de petróleo...E a esposa dele vai para a casa de campo deixando uma centena de flores para molhar. Um dia eu enchi um camburão com água quente e molhei as florzinhas que são o verdadeiro xodó da esposa dele, até mesmo as plantas artificiais eu molhei, eu pensei se a metade das flores morresse, eu estaria economizando o tempo do meu irmão, as filhas das putas das flores não morreram e ainda por cima gostaram da água quente! Se eu voltar ao Canadá me lembrem de levar um pouco de agente desfoliante... Roberto meu irmão eu tentei te ajudar, na próxima vez prometo que vou ser mais eficiente. Ah, no teu computador, aquela beleza de máquina, deixei vários sites pornográficos gravados, quando a sua mulher abrir vai ser um sarro. Vírus eu não consegui instalar... Voltando a viagem, agora já com 1400 km rodados ainda arrumei forças para armar a barraca, só que aqui paguei 14 dólares. No segundo dia eu toquei mais 1290 km, no terceiro 970 km, aqui não adianta falar muito desta estrada e da paisagem porque não tem muito mesmo para falar. Depois que você sai de Calgary, a estrada vira uma reta sem fim, diz o canadense que se você perder o seu cachorro nesta estrada depois de dois dias você ainda vê a cola do bicho abanando para você. No quarto dia eu rodei 455 km e entrei em Toronto, já na cidade fiquei apavorado com o tamanho da mesma, pois ela é muito distendida, ou seja, muito poucos prédios, e este ainda são por setores, um pouco no sul, um pouco no Norte. Com meu Inglês (de mímica) consegui que um táxi me levasse até a BMW, onde estava a BMW Canadá havia enviado um kit de corrente de transmissão. Quando eu entrei na concessionária a corrente estralava mais que pipoca, não tinha mais como esticar a mesma, o pessoal desta concessionária  MCBRIDE CYCLE foram muito gentis, além de me darem desconto nas peças ainda me deram duas camisetas do grupo de moto deles, em três horas de serviço eu já estava pronto e de corrente nova. Agora era só pegar no rumo das Cataratas do Niágara. Antes que eu me esqueça, novamente meus anjos da guarda interferiram, o mecânico que trocou a corrente para mim era Português, e ainda havia mais um Português, um Peruano e ainda um Mexicano. Assim me sai muito bem para explicar o que estava acontecendo com a moto. Chego nas Cataratas do Niágara, como está chovendo e logo vai anoitecer, procuro um hotel e deixo para bater as fotos na manhã do dia seguinte. E cedo já estou lá, a postos batendo as fotos das quedas d’água. Ali o que é bonito é a cor da água, que é de um verde esmeralda muito bonito, e o resto é só marketing puro, com uma rede de hotéis muito grande, que não é maior do que a nossa rede de hotéis em Foz do Iguaçu, sem querer ser pretensioso ou bairrista, posso afirmar que a nossa Iguaçu é pelo menos 5 vezes maior do que Niágara Falls, saio dali meio decepcionado e volto até Toronto, para me encontrar com um manézinho da Ilha que agora está morando por lá. Quando chego em Toronto me perco, o que é até compreensível quando se trata de uma cidade com mais de dois milhões de habitantes, (que é também conhecida como a metrópole mais organizada da América do Norte) e quando vejo, já estou no rumo de Ottawa, a capital do Canadá. Como não sou de voltar atrás... Sinto muito amigo manézinho da ilha, na próxima vez, ou na outra vida nós nos encontraremos, pois agora eu sou uma máquina de andar. Passo Montreal e vou dormir depois de Quebec, uma cidade dentro do Canadá que só fala Francês e fazem questão de não entender teu Inglês, o que para mim não fazia a menor diferença. Porém agora eu tinha que falar: “Excuse me, I don´t speak English” e também em francês, “je ne comprends pas le français”.             Como não falo francês, passei direto por Quebec, fui em mais de 15 hotéis e todos estavam lotados, ate os campings estavam lotados, achei um  e paguei 17 dólares para dormir. Pela manhã quando eu estava saindo do banheiro, ouvi uma frase em Português: “Cadê a minha escova?”. Fiquei parado perto do grupo, pois não queria dar vexame, eram brasileiros que estavam em Quebec fazendo curso e como não acharam hotel, dormiram dentro do carro no camping. Foi uma farra e muita coincidência também.     E por falar em coincidência no Canadá, em Calgary antes da moto quebrar eu fui conhecer um lago famoso, com um grande hotel, ali a moto ficou no estacionamento, pois a bicha velha do meu irmão não deixou eu entrar com a moto e quando eu voltei, achei este bilhete na moto. Estes foram os únicos brasileiros que eu encontrei até agora... Saio do camping num pau só, e só parei quando eu achei o Oceano Atlântico na cidade de Geais. Agora imbiquei minha moto no rumo de Palhoça, pois no fundo da minha casa fica o Oceano Atlântico e é para lá agora que eu to indo, é como diz o meu irmão Jair, é só imbicar a bateira que o vento sul te leva para a praia...Palhoça, aqui me vou com moto imbicada e tudo mais. Até hoje eu não fui parado pela Policia, pura sorte.                  Às três horas da tarde do dia 02 de setembro entrei nos EUA e dormi na cidade de Augusta. Acordo e o pau tora, 120 km/h direto. Agora estou na 95 que vai me levar até Miami, passo por Nova York, Boston e não paro para nada, a não ser dormir e comer, que são frutas que compro nos mercado para comer na estrada nas áreas para descanso. Dia 05 eu chego a Miami, com 8670 km rodados em 9 dias, a media fica perto dos 1.000km por dia. Entro em Miami e vou direto a um hotel muito conhecido dos brasileiros, o Everglades que fica em frente ao Bayside Shop. Vou até este Bayside que é enorme, que é também onde acontecem os Boat Shows, mais se parece com um grande shopping center. Dali saem barcos de passeio, tem cassino, bares etc...Ali tomo minhas pinãs coladas e vou dormir.  No dia seguinte tento passar e-mail para o Brasil e não consigo, está tudo congestionado. Despacho a barraca e mais algumas tralhas para casa. À noite volto até o Bayside para ouvir um pouco de música latina ao vivo, pois é de graça e ao ar livre, no dia seguinte conheço os brasileiros que são donos da loja Rio Norte, compro um MD a preço de custo e mais um relógio. Almoço ao lado em um restaurante de um paulista e vou embora. Sai de Miami com um congestionamento do tamanho de um bonde, para rodar 40 km eu levei mais de duas horas, com 340 km eu parei para dormir. Hoje é dia 7 de setembro dia da independência do Brasil, acordei meio cansado e meio desolado, acho que acabei fazendo merda em entrar em Miami.  Ali comi comida brasileira e também falei muito Português. Muitos brasileiros ficaram assustados com o que eu estava fazendo, o pessoal da Rio Norte (uma bela loja de artigos importados) me falou que ali já havia chegado um monza com um casal e um filho, mas a maior que ele viu foi chegar na porta dele um Fiat 147 a 7 anos atrás. Isto é para ver que não tem só eu de louco no mundo... A verdade é que eu estou meio derrubado, hoje só rodei 650 km, chego a Houston no dia 10, as 10 hs da manhã, procuro uma autorizada da BMW, a minha moto esta com os rolamentos de roda estourados, não sei como é que eu cheguei tão longe deste jeito. Ali o pessoal da BMW carro me dá o endereço da BMW moto, achei a bendita cuja,como segunda feira eles não abrem procuro um hotel próximo, são 12 hs e eu já estou com a moto parada quebrada.             Terça feira dia 11 entro cedo na loja da BMW, ali ninguém fala espanhol, com muito custo chamaram o faxineiro que era Mexicano e ali começamos a nos entender, eu desmontei a roda na frente da loja e mostrei os rolamentos gastos. Não me deram garantia, e como eles não tinham os rolamentos da BMW, mostrei a eles que ali eram rolamentos comuns, da linha industrial 6203 e 6204. Eu dei o cubo de roda para eles e eles me cobraram  120 dólares de mão de obra e mais 47 dólares pelos rolamentos. A BMW da Alemanha vai ter que dar um jeito nisto. Ali era outra loja que só trabalhava gente com outras marcas. E foi ali também, que ao vivo na hora que estava acontecendo, eu vi quando o segundo avião bateu na segunda torre do World Trade Center. Saio dali e vou dormir a 200 km da fronteira com o México, já que fecharam as fronteiras. Agora à noite com um canal de tv em espanhol é que entendi a força da coisa toda, que merda de inteligência filha da puta dos terroristas que conseguiram burlar toda a inteligência americana, canadense e Israelita. Pois todos estes apóiam, e o pior que isto abriu uma série de precedentes para outros loucos. Imaginem a Espanha como deve estar com os grupos bascos e a Irlanda do Norte com suas guerras entre católicos e protestantes. No dia 12 de setembro entro no México por Mata-mouros, aqui é outra história, pois aqui estou praticamente em casa e voltei a falar (Hablar!?!?!) agora tudo é mais fácil, as estradas podem ser piores e a segurança menor, mais me sinto muito bem no México. VIVA México. Que por sinal a cidade está toda enfeitada (eu acho) que é para as eleições de domingo.    


MÉXICO - PANAMÁ 12/09 à 26/09 - Mata-Mouros - MÉXICO - PANAMÁ          Entro no México por Mata-mouros, já que ontem a fronteira esteve fechada por várias horas e quando abriu havia uma fila de mais de 10km. Na saída dos EUA fui sabatinado com muitas perguntas, entrei no México e lá vem problemas...Quando sai do México a dois meses atrás pela fronteira de Tijuana x San Diego, eu não vi ou simplesmente não tem imigração do lado mexicano, só que agora voltando ao México tive problemas, eles queriam me multar por não ter dado saída, mas agora como já “ hablo” espanhol (portunhol na verdade), bati o pé e desafiei a todos na imigração que me dessem a posição de onde fica a imigração em Tijuana, nem eles sabiam, ai largaram a multa de lado e me cobraram 20US$ pela minha entrada no México e mais 12US$ pela moto. Seis horas depois eu estou na cidade de Tampico, que é uma cidade muito importante do México, muito industrializada, principalmente petróleo. Os hotéis não são baratos, pousadas na base de 32US$. Passo direto, antes procuro uma loja de moto para trocar o óleo e o pneu, a que me mandaram eu não trocaria ali nem o óleo da moto de um inimigo meu. Peguei a moto e dormi em uma cidade chamada Tampico Alto. Uma coisa no mínimo interessante, é que aqui no México cada ponte que você atravessa tem pedágio, pelo menos deste lado, margeando o Atlântico já que do lado do Pacífico eu não tinha visto isso. Em Tampico Alto o hotel me custou 20US$, bom hotel com boa comida.                      Acordo cedo e o pau vai torando, rodei 200km e parei em uma cidadezinha , ali comprei óleo sintético 10x50 Castrol e o Sr. ainda me ofereceu a sua oficina para que eu trocasse o óleo, era justamente o que eu iria pedir. Aproveitei também para esticar a corrente, lavei a mesma, limpei o filtro de ar com gasolina, pois nos Estados Unidos nenhuma das 3 concessionárias que eu fui não tinha o filtro de ar da minha moto, eta paisinho pobre de peças BMW !! Se eu falasse Inglês eu iria perguntar a eles se eles tinham prego e martelo, assim eu poderia fechar as portas destas BMWs de primeiro mundo. Fiquei nesta oficina umas duas horas reparando a moto, e assim pelo menos fiquei de consciência tranqüila por estar fazendo algo bom para a moto já que desde o Canadá  foi só pau. Hoje a moto já esta com mais de 50.000km de viagem e o velocímetro já esta mostrando 64.000km.         Chego a Vera Cruz, outra grande cidade do México, já é noite e reparo que em frente as lojas e postos de gasolina a muita gente armada, ou seja, muito segurança. Entro em um motel (desses que tem no Brasil mesmo) e é ali que eu vou dormir, a cidade não caiu muita na minha simpatia não, pedi uma pizza por telefone, jantei e fui dormir. Acordei e fui direto a  El Tujín, que fica a poucos kilometros da cidade de Veracruz, ali fotografei as ruínas que são as mais famosas do México, foi ali que existiu a cultura TOTANACA, que ao meu ver era prima-irmã de outras culturas como a Inca, Maia e Asteca, e outras tantas que desapareceram da face da terra deixando pouco ou nenhum vestígio. Coisa que ate hoje deixa muitos arqueólogos e pesquisadores de cabelo em pé, e daí saem milhões de teorias, eu continuo falando que é coisa de extra-terrestre, afinal é mais fácil de entender o que não se entende.         Lá nesta ruínas esta uma pirâmide que data do século IV e que tem uns 18 metros de altura, e cada janela corresponde a um dia, ou seja 365 dias, e cada lado da pirâmide equivale a 3 meses de calendário. Os totonacos foram uma grande inteligência em matéria de astronomia e meteorologia, eles também possuíam um grande conhecimento dos movimentos da terra e de seus astros, entre as civilizações que sumiram da face da terra, eles eram os que detinham o maior conhecimento de astronomia.        Quando eu já estava chegando em El Tajin, em um pau, tipo um poste de mais ou menos uns 20 metros de altura estavam dançando os homens pássaros. No topo deste pau fica um tocando uma flauta e este com o pé vai tocando uma roda e esta vai desenrolando as cordas que estão amarradas aos pés dos dançarinos que de cabeça para baixo vão se aproximando do chão, isto leva uns 20 minutos, bati muitas fotos e em breve estarão no ar para que se possa ter uma idéia .         Como o calor estava insuportável, tirei muitas fotos e me esqueci de tomar mais informações sobre esta cultura, que habitou esta região. Durmo próximo a cidade de Carmem e no dia seguinte, vou dormir em Mérida, onde terminei de contornar o Golfo do México, desde que sai de Miami que estou contornando este golfo, quando acordo vou direto a Cancun, onde eu pretendia descansar um dia, já que ali os hotéis não são caros. Entrei em Cancun as 13:00hs, tirei foto das praias e do centro de Cancun, compro uma garrafa de rum Capitão Morgan, 22 US$ e resolvo ir embora de Cancun, que vou deixar para curtir quando puder trazer a Marta, minha esposa. (pois curtir Cancun sozinho é o mesmo que gastar vela com defunto ruim!) . E por outro lado também, devo confessar que eu estou louco para resolver logo o problema da América Central, onde todo mundo me mete medo, e por mais incrível (e mentiroso) que isso possa parecer, eu não estou com medo. Estou na verdade, é muito ansioso para acabar logo a América Central e rever meus amigos na Costa Rica e no Panamá.          Dormi próximo a Chetumal, que é fronteira com Belize, antes passei pelas ruínas Maias de Tulum, que datam do século XI, repletas de mistério. Não entrei porque tinha que caminhar 500 metros, e eu me nego a andar a pé. Deixei Tulum para uma próxima viagem....          Cedo, chego a fronteira com Belize e depois de pagar 25US$ pelo visto de turista, o guarda ainda teve a pachorra  de me negar 5 dias, e me deu somente 3, e isto tudo só para que eu pudesse ver o nada com o inexistente. Com documento na mão vou comprar um perfume para a Marta na Zona Franca deles. O guarda não me deixa entrar na Zona Franca porque a moto esta com o tanque cheio, enchi o saco do chefe dele e resolvi soltar os cachorros. Depois de falar com um outro senhor me deixaram ir, peguei a moto, virei no sentido contrario e me fui, no sentido contrário, Belize a dentro.          Cheguei a Belize City depois de duas horas, a capital não tem um único prédio alto, a maioria são casas mesmo de madeira do século passado que foram deixadas pelos Ingleses. Infelizmente a maioria, apesar de belas construções, estão mal conservadas. Aqui em Belize, se a pessoa for negra só de fala Inglês, agora se for baixinho e moreno claro é guatamateco ou mexicano..assim quando eu queria alguma informação adivinhe para que eu pedia? Eu sou um merda mesmo, saio dos EUA, dando graças a Deus e volto a entrar em outro país de Língua Inglesa.         Em sua costa marítima, de 174 milhas, está a segunda maior barreira de corais do mundo. A população, que deve ser um pouco maior que 200 mil habitantes é composta por uma mistura de raças e povos do mundo inteiro, contando com crioulos, hispânicos, Maias e Garifunas (Afro-Caribenhos).          Eu ainda estou tão puto com o guarda que achou que a minha moto poderia ser um “ avião” para jogar contra uma merda de umas casas de madeira, que meia hora depois eu já estava saindo de Belize City. Saio no rumo de Punta Gorda , parei para dormir a 120km desta cidade e quando acordo vejo que estou vindo pelo centro da selva e logo em seguida entro em uma estrada de chão. E ai é que vejo, que ontem eu estava tão puto com o guarda que não me deixou entrar na Zona Franca que não vi que o mapa indicava estrada de chão. Depois de 5 horas eu estava em Punta Gorda, agora lama e poeira não me metem mais medo...alias, não sinto mais medo. Ou eu perdi o juízo por completo ou estou ficando irresponsável, os dois não é bom. Em Punta Gorda atraso meu relógio em uma hora e fico esperando o barco que vai fazer a minha travessia e a da moto ate a Guatemala. O barco só sai as 4 horas da tarde, o filho da p... do capitão, muito vivo, me cobra 100US$ (para a moto e eu). Discuti com ele durante meia hora e não teve jeito, antes de soltar os cachorros nele e ter que dormir ali, ate vir outro barco de outra empresa, preferi pagar. E assim, a moto foi toda amarrada a proa do barco, que mais parece aquelas lanchas de contrabandistas, pois a mesma tinha dois motores de popa de 200hp cada um, ela não andava, ela “ AVUAVA” (do verbo “ avuar”) e em 1 hora e 20 minutos estávamos na Guatemala, Porto Barrios, uma cidade com um grande fluxo de containers, muitos caminhões também. Em menos de duas horas eu já estava com todos os documentos necessários para rodar dentro da Guatemala. Achei um hotel e decidi consertar a caixa de alumínio, pois como eu tirei elas da moto, e coloquei elas ao lado da moto no chão do barco, a moto com o choque do barco nas ondas, subia e descia nos seus próprios amortecedores e a pedaleira da moto subia e descia em cima das caixas de alumínio, o que fez com que acabasse furando a tampa, alias, furando não, rasgando. Será que é falta de comunicação ou será que meus cartões foram cancelados para que eu volte logo?ou ainda, será que a minha filha Chayenne e a minha mulher não pagaram os meus cartões (cada uma paga um cartão). Saio de Porto Barrios e resolvo ir pelo centro da América Central, ou seja, pelo meio da selva, justamente onde fica a região mais montanhosa da Guatemala e Nicarágua. (quando chegar ao Brasil, no primeiro Pinel ou Hospício que eu encontrar vou fazer um teste de avaliação), agora sem medo, nas fronteiras já deixo a moto sozinha enquanto cuido da documentação. Não é possível, devo estar bobo ou doido, é por isso que sempre faz falta um companheiro de viagem, eu não sei mais  o que é medo ou sentir medo, apesar de que eu ainda sei que um homem sem medo só faz besteira, ou acaba achando problemas. O guarda em Belize que me proibiu de entrar na Zona Franca por estar com o tanque cheio ainda não me saiu da cabeça, parece ate história de Português.         Passo por Guatemala City e não entro para comprar o filtro de ar da moto. Só para que tenha uma certa ordem, eu entrei em Belize no dia 17/09/01 e sai dia 18/09/01, quando entrei e sai da Guatemala, já que no mesmo dia entrei em Honduras, quando atravessei a selva Hondurenha debaixo de muita chuva, parecia ate que estava viajando escoltado por equipes de apoio, completamente sem juízo. Nem maconha eu fumei quando era jovem e ate do meu rum tenho bebido pouco. Não sei ainda a explicação de tanta coragem...         No dia 19 eu já estou saindo da Guatemala, só que antes da fronteira, eu peguei uma estrada de chão que foi a pior de toda a minha vida, levei 6 horas para fazer 100km (ou menos). A única conclusão que cheguei ate agora é de que meus anjos da guarda devem ter feito amizade com anjos da guarda de um ex-guerrilheiro e me colocaram para fazer este caminho, só para que eu pudesse ver que rosas também tem espinhos. No meio de toda esta lama e de toda esta selva eu me deparei com policia armada ate os dentes, além de tirar sarro com eles (numa boa obviamente), ainda dei um gole de meu rum para eles, ate porque debaixo de toda aquela chuva não sei se as metralhadoras funcionariam, tirei uma foto com eles e fui embora, fazendo a maior farra com os policiais, podem me internar que ou o calor mexicano ou esta chuva fizeram meu cérebro (que não é dos melhores !) amolecer.         No dia 21 deixei a Nicarágua para traz, e entro na Costa Rica, olho para traz e vejo que não passei por El Salvador , e quando conto para as pessoas de onde eu estou vindo, elas surpresas me perguntam se tudo correu bem, se não tive problemas....e foi ai que eu tive a certeza de que meus anjos da guarda fizeram negocio com os anjos da guarda de algum guerrilheiro, pois em nenhum momento não tive medo e tenho certeza de que tive uma boa “ escolta” . (mesmo que ela fosse invisível e divina).         A Colômbia que me aguarde!! Nos Estados Unidos eu sentia medo e ate mesmo vergonha por não falar o idioma. Não sei se é só atrevimento ou saudades da mulher...         Entro na Costa Rica e vou direto a San Jose, ali senti (mesmo que ainda de leve) o primeiro gosto da vitória que esta por vir, encontrei meus amigos da BMW de San Jose, o Marcos que é o gerente (que ainda autorizou a trocar os meus pneus e todo o serviço necessário na moto). Troco o filtro de ar, os retentores. Um deles se partiu em uma estrada no Estados Unidos, daquelas que não se vê nem palito de fósforo e outro sim, este teve motivo de sobra para arrebentar na estrada de chão que eu peguei, e o outro não agüentou o impacto sozinho e foi fazer companhia para o outro que já estava morto.         Saio de San Jose, capital da Costa Rica e me vou no rumo do meu querido Panamá, que tanto me sacaneou na vida. Mesmo assim as pessoas no panamá são ótimas, não tem nada haver julgar um povo ou mesmo um país inteiro pela atitude ignorante e despreparada de um único funcionário. Chego já a noite em Passo Canoa, fronteira onde sai sob custodia para ser expulso do panamá (pelo menos eu acho que fui expulso, não sei...). Dou minha saída da Costa Rica, pago 2,50US$ por um selo da Cruz Vermelha, colam este selo no meu passaporte e me passo para o lado do panamá. Agora eu já sei que mais uma vez vou ter que chamar a Dona Judite de novo na Embaixada do Brasil. Como eu já disse da outra vez, a burocracia deles é retrógrada e funciona a lenha.         Cheguei lá, metade dos computadores estavam desligados, o único que estava funcionando tinha uma senhora que brincava nele.Paguei  4US$ pela moto e mais 6 dólares para mim. Em menos de 20 minutos eu já estava no panamá e todo legalizado. Dormi na fronteira e quase que eu entrei num bailão que tocava música alta, para o bem da minha saúde fui dormir.         Acordo as 6 da manhã e as 13:30 eu já estava no aeroporto de panamá City para acertar o preço da moto ate Porto Abadia. O gerente daquele turno acha pouco o que eu paguei para trazer a moto e querem em cobrar 100US$ a mais. Na segunda-feira cedo vou no aeroporto de táxi levando as malas da moto, as botas etc... Só fiquei com o que julguei necessário. Falei com a Sra. LILIAN que é gerente da AVIATUR, e ela mandou que me cobrassem o mesmo preço que eu paguei na ida. Eu falei para ela que colocaria o nome dela e de sua Cia. Aérea em minha homepage.  Sra. LILIAN, da AVIATUR S.A é a melhor companhia aérea do mundo, pelo menos no tratamento com seus clientes. O telefone é : 507 (código de área) 3150307 e 3150314. O comandante David Cubilla, é o piloto que faz milagres aterrizando nas minúsculas pistas pelas ilhas panamenhas.         Entrei no Panamá no dia 22/09/01 as 20:00hs a bagagem da moto já tinha ido para Porto Abadia. Hoje dia 25/09/01 a moto já foi junto com as malas de alumínio, os garfos, etc. Amanha dia 26/09/01 é minha vez e ai eu quero ver meus anjos da guarda acharem coragem para que eu embarque nestes pequenos aviões onde eu sempre me neguei a embarcar. Colômbia aqui vai El Macho, ou melhor dizendo, El Louco Pois agora que perdi o medo vou dançar ou aprender a dançar salsa.   Aqui no Panamá também senti um pouco do gostinho da vitória na autorizada onde Torrero, gerente, tive uma grande recepção nesta autorizada BMW, hoje senti no rosto um vento que me parecia que vinha do Brasil, estou doido para voltar a comer meu bom arroz com feijão. Eu sei que o meu país é um filho de rapariga com guarda noturno onde temos os piores políticos do mundo misturados com o melhor povo do mundo que ainda acredita nesta raça de terroristas chamados de políticos por um e outros. Pode chamar do que quiser pois eles não ligam mais. O Lula falou aos quatro ventos que no congresso tinha mais de 400 picaretas e nada aconteceu ao Lula, acho que ate ele se acostumou com a idéia de ser mais um. Agora política a parte, o Brasil é sem duvida o país mais rico do mundo, não vi nada nos outros países que o Brasil não tinha pelo menos o dobro, somos uma gente trabalhadora porque somos pobres. No tempo da Tavola Redonda, do Rei Artur, onde o rei mandava os cobradores de impostos baterem de porta em porta para que a corte funcionasse e a realeza vivesse no luxo.         Hoje nos tempos modernos o papel do cobrador de impostos deve ter sido incorporado pelo FMI, para que os EUA possa viver com toda aquela fartura que eu vi. Se nos possuímos mais riquezas, se somos um povo mais trabalhador e se possuímos mais terras cultivadas. Porque nos usamos carro de 1.000 cilindradas quando eles estão andando com carro de 6,8 e 10 cilindro a gasolina, gasolina esta que custa metade da gasolina brasileira. Só  Motor Homes que eu ultrapassei na estrada em apenas um dia, deve ser maior a quantidade que possa existir no Brasil, motor homes de 200 a 400 mil dólares. Para eles é só imprimir mais dólares e conseguem comprar o que queiram onde quer que seja, já no Brasil, quanto mais Real fabricamos mais pobre ficamos.         Tudo que eu estou escrevendo aqui é o que eu vi nos Estados Unidos antes dos atentados, onde eu falo que este país é o senhor do mundo, isto foi publicado por um jornal Canadense no dia 24/08/01. O que eu estou escrevendo aqui é revoltado com os nossos políticos que podem fazer um país melhor e só pensam no bolso de cada um deles. Como não posso e nem quero mudar este país, este é o meu desabafo, por ver tanta fartura de um lado e tanta incompetência do outro. será que vou ter que votar no Lula, ou ainda nas putas, já que nos filhos eu já votei..?!?!?!    


Falta Pouco!!! 27/09 À 12/10- PANAMÁ - MANAUS - AMAZONAS         Dia 27 de setembro embarquei em um mini-avião, tipo avião usado por pára-quedistas e vou atrás de minha Preta.(a moto). Depois de uma hora de vôo chego a Porto Abadia, rapidamente peço um visto de entrada na Colômbia ao cônsul colombiano que mantém escritório em Porto Abadia.         Embarco a moto em uma chalana (tipo de um barco de madeira, grande) e lá me vou no rumo de Capugana, e em 50 minutos eu já estava em território colombiano. A cidade é uma graça, resolvo dormir ali e não seguir para Acandi. A moto é carregada para o hotel por dois dólares, me apresento a policia colombiana que carimba o meu passaporte. No dia seguinte vou para Acandi, lá chegando a lancha que faz Acandi x Turbo esta lotada e não leva a minha moto. Coloco a moto em cima de uma carroça e sou levado ate uma pensão que me custou 5 dólares e o meu jantar é Centolla, de quase dois quilos (espécie de siri gigante que da em grandes profundidades) que me custou mais 3 dólares.          Pela manhã a carroça vai buscar a moto e as minhas tralhas no hotel, o que me custou mais 5 dólares pelo transporte e o embarque. A lancha tem dois motores de 200hp, anda a mais de 80km por hora e isto no mar é uma ignorância, em menos de duas horas já estamos em Turbo. A travessia custou 50 dólares (eu e a moto), ai paguei mais 2 dólares para desembarcar e mais 3 dólares para que um dos carregadores me ajudasse a montar a moto. Pois inteira ela não entrava no barco já que é muito alta. Em menos de uma hora a moto já estava montada em cima do cais e foi ai que veio o problema...a moto não passava na portaria de saída do cais, ai o jeito foi passar ela por dentro do restaurante, e o melhor da historia é que ate mesmo o dono do restaurante gostou de ver aquele moto enorme, como ele mesmo disse, passando em meio as mesas.          Saio dali e vou no banco sacar dinheiro e resolvo rodar, são duas horas da tarde e ate Arboretes são 147km de chão em estrada ruim, dali pego asfalto ate Cartagena ou tenho que ir para Medellín, quando resolvo ir por medellín as pessoas me dizem que a estrada é boa , etc. só que o único problema é que a estrada esta fechada pela Guerrilha a mais de 4 meses e que ninguém passa. E isto eu confirmei com a própria policia e também com os caminhoneiros, enfim, todos tem que enfrentar estrada de chão, só que agora por onde eu vou tem os paramilitares que também não são muito bonzinhos não...         Diversas vezes no meio do caminho fui parado pelos paramilitares que me fizeram todo os tipos de perguntas, mas que não revistaram as minhas bolsas e nem pediram documentos, alias, somente uma vez me pediram documento para ver se eu era brasileiro, pois ele achou que eu estava me expressando bem em Espanhol, e eu ainda falei a ele que ele não tinha me visto falar em Inglês ainda! Quando eu contei a historia dos EUA, que eu não falava nada de Inglês, etc...todos riram muito. Um pouco antes das 20:00hrs cheguei a cidade e procurei por hotel. E depois sai para beber com um cara que é engenheiro agrônomo e ali vim saber que a nossa EMBRAPA da muita assistência técnica aos países da América do sul. Arboretes com certeza tem as mais belas mulheres da Colômbia por metro quadrado (ou é a carência chegando no ponto critico). Lá pelas 23:00hs cai uma chuva torrencial e corremos para o hotel, não foi desta vez que eu coloquei o velho esqueleto para dançar salsa (será que eu agüento?).          Saio do hotel debaixo de chuva, e as 14:00hs entro em cartagena depois de passar por uma das regiões mais perigosas da Colômbia. Eu não sei o que se passa comigo, não sei mais o que é medo, estou viajando em uma paz de espírito tão grande que parece que sou dono do meu destino, em cartagena fico no mesmo hotel e o mesmo esta debaixo d´água (literalmente), pois choveu muito e a cidade esta toda alagada. Viajei durante 8 horas debaixo de chuva.          Segunda-feira vou ate o consulado da Venezuela, e eles querem me cobrar 50US$ pela moto e eu, não pago e me mando para a cidade de Barranquilla, lá não acho pneu para a moto. Passo por Santa Marta e desisto de consertar esta cidade que dizem ser mais linda que cartagena, vou dormir em Repincha e ali pego visto de turista para entrar na Venezuela. ( não havia necessidade nenhuma disto perdi meu tempo, o Brasil já possui convênio com a Venezuela e aqui podemos entrar e sair sem muita burocracia.)         Chego na fronteira da Colômbia com a Venezuela, o passaporte é rapidamente carimbado, a moto esperei uma hora para sair o documento (não pago nada). E Lá me vou...          Nos primeiros 100km sou parado por 8 vezes, na primeira vez toda a minha bagagem foi revistada, usando ate mesmo cão farejador, só que o coitado do pobre animal queimou o focinho. Depois de terem revistado tudo eu perguntei : “ Era droga que os senhores estavam procurando?”, pois se tivessem falado antes eu tinha dito que no Brasil tem mais droga que a Colômbia e que não precisamos vir ate aqui para buscar, inclusive por telefone, em uma espécie de pó-delivery. Os caras não gostaram muito e antes que o caldo engrossasse eu fui já mostrando a carteira de jornalista (colaborador da Revista Duas Rodas), eles ficaram putos por que o cão queimou o focinho e eu perguntava a eles se eles não sabiam que uma moto tem vários pontos quentes..quando saio dali sou parado mais uma vez, antes de parar na cidade de Venado, onde passo a noite.          No dia seguinte, saio no rumo de Caracas. Na Costa Rica, na BMW de lá, alem do Marcos, que é gerente lá, ter me oferecido para trocar os pneus ainda deram uma revisão na minha moto. Todas as peças que ele não tinha lá ele pediu a BMW América do Sul que enviasse para a BMW em Caracas. Chego a Caracas com a moto acionando direto o ventilador do radiador, a dias que ao entrar nas cidades ele liga direto a ventoinha, checo a água do radiador e esta no nível. São 15:00 hs quando chego a Caracas e sou recebido com muita festa. Me vendem pneus Michellin , trocam os retentores da bengala (em garantia) e trocam também o rolamento da mesa do guidom, que estava todo comido, eu só paguei o óleo e o filtro. Alem de um bom desconto em todas as peças, o que saiu mais barato do que nos Estados Unidos. Fico em um motel próximo a concessionária e no dia seguinte pela manha a moto já esta pronta, custo total da brincadeira foi de US$430. Mostro a eles o nível da água e eles confirmam que o reservatório engana o nível da água , então eles abrem o radiador e mostram que esta faltando água. A moto sai de Caracas sem acionar a ventoinha.          Quando eu falo que nos Estados Unidos eu nunca teria BMW....Aqui, cheguei e fui atendido com preferência, alem de me pagarem um almoço, me levaram e me buscaram no hotel e ainda me deram uma viseira nova para o meu capacete que Lá custava US$22. VIVA AS BMW´S DOS PAÍSES SUB DESENVOLVIDOS!!!!!!!!! Que além do respeito a marca trabalham usando a emoção no atendimento. A Bmw vai ter que copiar as autorizadas da Harley, que são Only Harley.          Vou dormir perto de lá Cruz, tento entrar em contato com um amigo do Rui Bittencourt e não consigo. Vou ou não a Isla Margarita, eis a questão. Resolvo não ir, tenho pressa. Depois de rodar 850km dentro da Venezuela, paro para dormir em uma cidadezinha que só trabalha com ouro, na cidade todos são joalheiros. Compro um anel para minha filha e um para minha mulher.          Na manhã seguinte, antes de sair checo a água do radiador e esta faltando mais ou menos um copo d´água, e usando um pequeno espelho descubro um vazamento na bomba.         Agora 430km me separam da fronteira do Brasil, a estrada é boa e a gasolina melhor ainda, e o preço é o melhor do mundo, US$0,10 (dez centavos de dólar). As 13:00hs entro em Santa Helena, abasteço a moto pela última vez dentro da Venezuela, com um dólar eu enchi o tanque. Passo pela fronteira da Venezuela e dou continência ao guarda que fica embasbacado olhando sem entender nada.          Estou deixando a Venezuela sem dar saída, pois tenho 180 dias para minha moto rodar neste país e não quero mais perder tempo com fronteira e meu passaporte já não tem mais lugar para carimbos, e minha paciência de monge tibetano ficou algumas fronteiras para traz.         Já do lado do Brasil não tem ninguém na fronteira e o passe é livre, isto porque dizem que o mundo esta em segurança máxima, este é o meu Brasil....         Logo depois passo pelo ultimo controle da Policia Federal e esta me para, e fez um gesto para que eu tirasse o capacete..Eu não me contive e soltei : “ Do you speak English?” e o policial timidamente respondeu : “ No”. Ai eu já respondi : Então vamos falar em Português mesmo!! E emendei : POSSO ENTRAR???          E contei um pouco da minha história e o fato de não falar Inglês e que isso era só uma vingança por achar mais uma pessoa que não falasse o idioma.         Entro no Brasil gritando : “ CHEGUEI CAMBADA DE FILHA ......Cadê o Jader Barbalho? Salvatore Cacciola?Toninho Malvadeza?Os anões do orçamento?O Juiz Nicolau?Aquele ex-presidente do banco central?. Será que este meu Brasil mudou muito?com certeza só deve ter aumentado o numero de ladrões, e falando em ladrão como será que anda o seu Pitta e o seu Maluf?          Esqueço esta corja que mantém meu país dopado para que este gigante não acorde. Agora o meu pensamento se vira para o Henrique e para o Arturo, o Arturo eu procurei ele na Costa Rica e ele estava viajando, mesmo com aquela enorme Harley Davidson ele chegou ao Alasca, rodando mais de 14.000km e na volta ele fez alguns atalhos para chegar mais rápido e deve ter feito mais uns 10.000km Arturo muito obrigado pela companhia, mesmo que só de ida. Do Henrique, que eu nem sequer briguei com ele, fico me questionando porque ele nunca sequer me mandou nenhum e-mail???pelo menos para saber como eu estava. Agora que estou no Brasil vai ser fácil ligar para ele, afinal levamos 8 meses planejando esta viagem, mantínhamos contato por telefone quase que diariamente.          Agora já rodando, no rumo de Boa Vista, a estrada é só buracos e o calor é sufocante. Chegando em Boa Vista eu vou ate o Banco do Brasil, vejo meu saldo e ainda é positivo, pelo menos da para chegar ate o Ushuaia. Nesta viagem no primeiro balanço, vejo que US$15.000 do Tio Sam já se foram, embora se eu tivesse que gastar o dobro eu iria do mesmo jeito. VALEU!! To mais pobre, mas com o espírito de um guri que acabou de ganhar sua primeira bola, e já posso gritar aos quatro ventos : “ PONHA FOGO NESTE FEIJÃO QUE EU JÁ ESTOU DE PRATO NA MÃO”.         Entro em Cara Carai, uma cidade depois de Boa Vista, o melhor hotel da cidade esta lotado, fico conversando e vejo que esta tendo uma festa de iniciação da maçonaria local, vou direto a festa e Lá me apresento, como churrasco, bebo cerveja Brahma ate as duas da madrugada, bato varias fotos com meus irmãos. Deixo uma entrevista pronta, pois na festa havia um jornalista de Boa Vista.         Acordo com uma p.ressaca, pago R$30 reais pelo hotel, que alem de ar condicionado tem um belo café da manha, acho que com meu dinheiro vai dar para rodar mais uns 3 meses, e agora que vejo como as coisas são baratas no Brasil, coca-cola é 0,50 centavos de real, Lá fora era um ou ate dois dólares.          Chego em uma rotatória e vou reto, me perco. O incrível aconteceu, rodei sozinho dentro do Canadá e Estados Unidos sem falar o diabo do Inglês e nunca me perdi, agora aqui nesta cidade onde só tem duas estradas eu consegui a proeza de rodar 70km no rumo errado, e o pior de tudo que o sol aqui é escaldante, e eu com a minha roupa de gorotex, luvas, etc..deu vontade de bater na minha própria cara. Rodei mais 155km, a estrada entre Cara Carai e Manaus só tem crateras, pois não são mais buracos. Não consigo chegar a Manaus e durmo em Presidente Figueiredo, a 107km de Manaus.         Não sou doido de me matar dentro de uma cratera desta..se durante o dia eu quase arrebentei os amortecedores da moto de novo, imagine a noite. Acordo as 6:00 e as 8:00hs já estou na casa do meu primo Edson. Nestes últimos quilômetros não havia nenhum buraco na estrada, assim como Canja de Galinha, precaução nunca matou ninguém.          Almoço na casa da minha filha, e a tarde dou entrevista para a TV Amazonense, TV Rio Negro e uma filiada da Rede Globo. Também já tenho entrevista com o Jornal A Critica de Manaus, e tudo isso arranjado pelo Rui, dos Mercenários do Amazonas, que é um dos maiores grupo de moto de Manaus.         Cheguei a Manaus na segunda-feira, dia 07 de Outubro, e no dia 8 minha moto já estava indo de barco para Belém em uma balsa que o Rui arranjou para mim, e tudo ido de cortesia.          Eu digo que o Rui é o anjo da guarda de todos os motociclistas que passam pelo Amazonas. Na minha outra viagem, que eu passei por aqui com a BMW GS1.100 ele também me deu muita força, naquele ano ate conserto da moto foi gratuito.         Hoje quinta-feira, dia 11 de Outubro já estou comendo o feijão, no sábado vou pegar a moto em Belém e vou tocar no rumo de Fortaleza. Lá tenho amigos, em Natal o Macran, em João Pessoa, o pessoal do Rota do Sol, acho que no Nordeste vou dar uma relaxada no esqueleto que trocou Cancun, Isla Margarita e tantos outros centros turísticos pelo nosso grande nordeste.         Pena que nos brasileiros não sabemos vender o nordeste turístico ao mundo, a única coisa que fazemos é dar as riquezas do Brasil a grandes potências, ou seja, sempre vamos ser pobres e bonzinhos.  

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